A tese do chapão nas eleições da Paraíba: cabem todos gatos no balaio de 2018?
Por Heron Cid
Palanque juntaria todas grandes lideranças com garantia de leite e mandato para todos |
O
argumento do presidente da Câmara de João Pessoa, Marcos Vinicius, tem
tanta lógica na política da Paraíba que chega a ser desconcertante.
Ele
mesmo pergunta: “Você já viu Ricardo com Cássio? Já viu Luciano com
Maranhão? Já viu Ricardo com Maranhão? Já viu Luciano com Ricardo”.
As
respostas para todas essas perguntas são óbvias. Todos já
experimentaram as dores e as delícias de estarem aliados
circunstancialmente em algum momento.
Mas seria possível juntá-los ao mesmo tempo num palanque plural e inédito na Paraíba?
Não e sim.
Vamos
primeiro ao ‘não’. Atualmente, as perspectivas de poder da Oposição são
maiores. Não há de cara uma disposição de ceder para Ricardo.
Da
parte de Ricardo, também há impedimentos. Ele vem forjando seu
estereótipo como uma força que faz contraponto ideológico a estes
adversários da vez.
Melhor, nesse caso, sair eleito senador, por exemplo, sem comprometer seu discurso para o futuro.
Vamos
ao ‘sim’. Na hipótese desse chapão, a eleição estaria resolvida na
Paraíba e contemplaria praticamente todas as grandes lideranças.
Todos sairiam na vantagem e com mandatos debaixo do braço, num pleito sem maiores disputas e, o melhor de tudo, barato.
Ah,
e o tal projeto de Estado, que Marcos Vinicius prega? Aí são outros
quinhentos. A julgar pelo histórico, o grande chapão configuraria mesmo
um arranjo momentâneo e não deveria durar a próxima eleição.
O
presidente da Câmara está certo num ponto: a rigor, não há qualquer
impedimento ideológico para esse balaio de gatos. Por aqui, todos são
pardos.
E na política o primeiro interesse que conta é o da
sobrevivência. O resto? O resto é detalhe que se maquia com discursos e
boas desculpas em nome do “interesse público”.
MaisPB
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