Mãe se nega a enterrar filha de 18 anos que morreu de infecção renal por crer que ela ainda esteja viva
Uma mãe se recusa a enterrar a filha dada como morta há dois dias na
cidade de Rio Largo, Região Metropolitana de Maceió. Mesmo com o
atestado de óbito e com a jovem dentro de um caixão, Teresa Cristina
Mendes, 48, acredita que a filha não morreu. A Polícia Civil foi
acionada.
"Ela não está morta. Ela tem sinais de vida. Ela não está com a
temperatura de morto. Acredito que minha filha está viva", diz.
Débora Isis Mendes de Gouveia, 18, deu entrada no Hospital Geral do
Estado (HGE) no dia 6 de novembro com infecção urinária. O problema de
saúde se agravou e ela teve uma infecção nos rins e precisou ser
transferida.
No dia 8 de novembro, ela deu entrada no Hospital Vida, localizado na
Jatiúca. No dia 12, às 14h10, a jovem foi dada como morta. Na certidão
de óbito consta que ela morreu devido a infecção renal. Desde então,
Débora Isis está dentro de caixão e a família se nega a fazer o enterro.
"Antes de ir para o HGE, ela foi para o Hospital IB Gato Falcão. Lá
eles aplicaram um soro sedativo e depois disso a menina começou a
convulsionar e foi transferida para o HGE, onde constataram infecção
intestinal e urinária
generalizada. De lá, ela estava quase em coma
quando foi transferida para o Hospital Vida na segunda passada, tendo sido atestado o óbito dela no domingo", disse o irmão Davi César Mendes, 15,
que também acredita que a menina está viva.
Em entrevista ao G1, a mãe disse que a família tem histórico de
catalepsia, um fenômeno que deixa a pessoa em um estado que pode ser
confundido com a morte. Teresa afirmou que ela própria já passou por
isso, quando tinha dois anos.
"Esse problema acontece na família. Quando deu um ataque em mim eu
tive uma dor muito forte na perna e eu fiquei assim, só retornei depois
de quatro dias. Esse problema está se agravando e vem acontecendo na
família", diz Teresa Cristina.
Os moradores da região também acreditam que a jovem está viva. "Eu
acredito em um Deus vivo. É uma menina evangélica. A mãe dela não é
louca. Ela não está fedendo. É capaz dela se levantar dali para mostrar a
muita gente que Deus existe", relata.
Ailton Gabriel dos Santos, 43, esteve na casa de Débora e fez uma
oração junto com a família nesta manhã. Ele afirma que viu a menina
chorar.
"Quando a gente estava orando a lágrima dela desceu. O irmão dela
pegou na mão dela e ela apertou. Colocaram algodão em todos os lugares,
não era para terem colocado. Isso aí que está acontecendo é milagre de
Deus. Eu creio no Deus do impossível", diz um vizinho da família.
O delegado Manuel Wanderley Cavalcante foi ao local e pediu uma nova
avaliação médica para confirmar a morte de Débora. O corpo foi levado
para o Instituto de Medicina Legal (IML), em Maceió, para ser submetido a
uma necropsia.
"Vamos verificar se está em óbito. E se for comprovado que o hospital
liberou este corpo sem óbito, vamos responsabilizar o hospital. Vou
instaurar procedimento de investigação", disse o delegado.
O promotor de Justiça Magno Alexandre Moura, da 2° promotoria da
cidade, esteve na casa de Débora Isis e disse para a imprensa que
acredita que ela está morta.
"Nós vamos conversar com a mãe da falecida para saber das dúvidas
dela, pois aqui já podemos ver que a menina está falecida. A menina
passará pelo exame de catalepsia e por um parecer médico do IML. Mas,
aparentemente, a pessoa está morta e precisa ser enterrada", disse.
G1
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