terça-feira, 24 de outubro de 2017

Solução prática para queda populacional

Em oma belíssima cidade na Itália, prefeito paga R$ 7.500 para você morar lá


Vilarejos europeus estão vendo sua população em idade produtiva se mudar para as cidades, enquanto apenas os aposentados ficam por lá. Isso é um grande problema para o município, que não tem entrada de dinheiro dos jovens e tem os gastos fixos com os aposentados. Os estabelecimentos comerciais fecham, e até os idosos precisam viajar para cidades próximas em busca das compras do mês.
O prefeito de uma cidade italiana chamada Candela, localizada perto da cidade de Nápoles, criou uma solução prática para essa queda populacional: pagar pessoas para que se tornem residentes. Nicola Gatta quer que a pequena cidade medieval volte a crescer como nos anos 1990, quando mais de 8 mil pessoas viviam lá. Atualmente, há apenas 2.700 residentes.
Para motivar pessoas a irem para lá, ele oferece 2.000 Euros, ou R$7.500. Aqui estão as diferentes formas de incentivo: 800 Euros para solteiros, 1.200 Euros para casais, 1.500 a 1.800 Euros para famílias de três pessoas, e mais de 2.000 Euros para famílias de quatro ou cinco pessoas. Há também descontos na taxa de recolhimento de lixo, em contas e creche.
Há três condições para receber os incentivos: O novo residente deve viver em Candela, alugar uma casa e ter um emprego com salário de pelo menos 7.500 Euros por ano. Tanto italianos quanto estrangeiros com visto para residência podem participar.
“Não queremos pessoas correndo para cá pensando que podem viver das receitas da cidade, todos os residentes devem trabalhar e ter fonte de renda”, diz Stefano Bascianelli, o auxiliar do prefeito.
Até agora, seis famílias do norte da Itália já se mudaram, e outras cinco se candidataram. Uma delas é a do zelador da escola do vilarejo, que aproveitou a oportunidade para trazer sua família para morar com ele. Outra família abriu uma banca de revistas.
“É um estilo de vida quieto e simples. Não há multidões, é fácil de chegar aos lugares, sem trânsito ou poluição”, afirma o fotografo Francesco Delvecchio, recém-chegado à cidade. Apesar de Francesco não receber os benefícios, ele é um embaixador da causa, apontando as vantagens de viver ali. “Estamos na encruzilhada de três belas regiões italianas: a Campania, Basilicata e Molise”, diz ele.
“A qualidade de vida aqui é ótima, não tivemos um crime em 20 anos”, comemora Baschianelli. A cidade passou por muitas reformas recentemente e as ruas e praças estão em perfeito estado.
Apesar de receber turistas durante o verão para passeios a cavalo, festivais gastronômicos e de arte, a cidade fica vazia durante o inverno. As colinas verdes que cercam a cidade ficam completamente silenciosas, sendo que as maiores movimentações acontecem na igreja, no raro batizado de um bebê ou nos frequentes velórios dos idosos.
Há dezenas de casas brancas com terraços panorâmicos esperando por novos moradores.
Medidas de outros vilarejos
Outros vilarejos europeus tentam reverter a queda populacional ao distribuir casas de graça ou até proibir que seus idosos fiquem doentes ou morram.
Enquanto a primeira medida normalmente exige contrapartidas complicadas, como restaurações caras dos imóveis, a segunda é um protesto contra falta de espaço em cemitérios ou um incentivo para que os cidadãos continuem se cuidando.
A vila de Sellia (Itália), por exemplo, tem apenas 537 moradores, sendo que a maioria tem mais de 65 anos. Por isso, quem não passar por pelo menos um checkup anual recebe uma multa.
Já a cidade de Cugnaux (França) tinha apenas 17 vagas em seus dois cemitérios no ano de 2007. Por conta da presença de lençóis freáticos na região, apenas um local poderia receber um novo cemitério, e ele ficava justamente em uma base militar. Quando o ministro da defesa decidiu não permitir que a cidade enterrasse seus mortos ali, o prefeito Philippe Guérin decretou que quem não tivesse uma cripta preparada para ser enterrado não poderia morrer. Seu protesto funcionou, e um novo cemitério foi inaugurado na base militar. 

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