Policiais Miltares vão responder por homicídio após homem matar ex em viatura
Eles também foram afastados de suas funções nesta segunda (9)
Os dois policiais militares que estavam no carro da PM onde uma mulher
foi atacada e morta pelo ex-companheiro vão responder por homicídio
culposo - quando não há a intenção de matar - , negligência e omissão.
Eles também foram afastados de suas funções nesta segunda (9).
O crime aconteceu no sábado (7) quando o casal era levado, dentro do
mesmo carro, de Pavão (MG) para a delegacia de Teófilo Otoni (MG). Ela
iria registrar uma queixa contra o ex após descobrir que o homem havia
instalado uma câmera dentro do banheiro da casa dela. Com uma faca que
levava escondido no tênis, o homem atingiu o pescoço de Lais Andrade,
que morreu na hora. Ele foi preso.
Segundo o comando do 19º Batalhão da Polícia Militar, além de serem
afastados, os PMs também vão responder a processos de caráter
administrativo e penal.
O comandante da Polícia Militar de Teófilo Otoni (MG), tenente coronel
Fábio Marinho dos Santos, deu detalhes dos procedimentos que foram
tomados depois do homicídio registrado dentro da viatura.
“Eu considerei a situação como crime militar, e imediatamente os dois
foram presos em flagrante por homicídio culposo e comuniquei a situação à
Justiça militar. No domingo, a Justiça Militar concedeu alvará de
soltura, dando aos militares o direito de responder ao processo penal em
liberdade”.
Ainda segundo o comandante, os militares vão responder um processo
administrativo, e estão afastados por oito dias das funções operacionais
para acompanhamento psicológico. Medidas disciplinares também vão ser
tomadas no âmbito da Polícia Militar.
“Eles vão responder por negligência e omissão. Negligência por não
cumprirem os procedimentos padrões na revista do conduzido. E omissão
por permitirem que a vítima e denunciado fossem levados no mesmo
compartimento da viatura”, esclareceu.
O corpo de Laís Andrade foi enterrado neste domingo (8) em Pavão (MG).
O ex-companheiro permanece preso no presídio de Teófilo Otoni (MG).
Entenda o caso
A atendente Laís Andrade, de 30 anos, foi assassinada pelo
ex-companheiro dentro de uma viatura da Polícia Militar na noite de
sábado (7). O casal era levado de Pavão (MG) para a delegacia de Teófilo
Otoni (MG) quando o crime aconteceu. Os dois eram conduzidos após uma
denúncia de Laís Andrade, que descobriu que o homem tinha instalado uma
câmera dentro do banheiro da casa dela.
Quase ao fim do trajeto – de aproximadamente 96 quilômetros – o homem,
de 34 anos, atacou a mulher com uma faca, depois golpeou o próprio
pescoço e saltou da viatura. Ele foi capturado e preso, já a atendente
não resistiu aos ferimentos e morreu ainda dentro do veículo.
Os militares começaram a acompanhar o caso depois que a atendente
chegou ao quartel da PM, em Pavão (MG), para registrar a denúncia. Ela
descobriu que a câmera estava instalada no banheiro da casa e que as
imagens eram gravadas em tempo real na CPU de um computador, localizada
na laje do imóvel.
A mulher temia que o homem pudesse divulgar as imagens dela e,
principalmente, do filho, de 8 anos, que usa com frequência o banheiro.
Os equipamentos foram entregues aos militares.
Ao ser questionado, o homem disse que instalou os aparelhos porque desconfiava que a mulher estaria em um novo relacionamento.
Segundo a Polícia Militar, ao finalizar o boletim de ocorrência, a
vítima não teria manifestado interesse em fazer uma representação
criminal contra o companheiro, mas mudou de ideia. De acordo com a PM,
isso aconteceu após uma orientação do delegado de plantão em Teófilo
Otoni de levar o casal e os equipamentos eletrônicos para a delegacia.
Ainda segundo os militares, o casal foi colocado no banco traseiro da
viatura e dormiu na maior parte da viagem. Ao chegar no perímetro urbano
de Teófilo Otoni, ainda na BR-116, os policiais foram surpreendidos com
o ataque. O homem deu uma facada no pescoço da mulher, depois esfaqueou
o próprio corpo e pulou da viatura em movimento. Ele foi detido e, após
ser atendido por uma equipe do SAMU, foi encaminhado ao presídio. Já a
mulher morreu antes de receber os atendimentos médicos.
G1
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