‘Monstro marinho’ de 150 milhões de anos é encontrado na Índia nesta quarta-feira
O fóssil é o primeiro ictiossauro descoberto no país; América, Europa e Austrália já tiveram registros da espécie identificados
Fóssil quase intacto de um possível ictiossauro, grupo de répteis marinhos que representavam alguns dos maiores predadores aquáticos na era dos dinossauros - (Guntupalli V.R. Prasad/Reprodução) |
Um esqueleto fossilizado de um gigantesco réptil marinho pré-histórico foi encontrado no distrito de Kachchh, na Índia, anunciaram paleontólogos nesta quarta-feira. A suspeita é que ele pertença a um ictiossauro
(do grego, “lagarto-peixe”) que viveu há 150 milhões de anos. Se a
espécie for confirmada, os restos podem ser o primeiro registro de um
ictiossauro jurássico no país – até então, pesquisadores só haviam
descoberto fósseis semelhantes no continente americano, na Europa e na Austrália.
“Esta é uma descoberta marcante, não só
porque é o primeiro ictiossauro jurássico encontrado na Índia, mas
também porque ele ajuda a entender a evolução e diversidade dos
ictiossauros na região entre Índia e Madagascar no contexto da Gondwana
[supercontinente que reunia a maioria dos continentes do Hemisfério
Sul], além de revelar a conectividade biológica da Índia com outros
continentes durante o período Jurássico”, afirma em comunicado o
paleontólogo Guntupalli Prasad, da Universidade de Delhi, na capital
indiana.
Prasad e sua equipe publicaram a descoberta no periódico PLoS ONE.
Eles ainda não confirmaram que se trata de um ictiossauro, mas
acreditam que o esqueleto, que media 5,5 metros de comprimento e estava
quase completo quando foi encontrado, pertence à família Ophthalmosauridae. Esses animais viveram entre 165 e 90 milhões de anos atrás.
Ao redor do gigantesco réptil, estavam
fósseis de dois cefalópodes carnívoros, semelhantes a lulas, mas
envoltos por conchas – os amonites e belenmites. Os padrões de desgaste
dentário do predador marinho sugerem que ele se alimentava desses
animais menores.
Os pesquisadores acreditam que uma
identificação completa poderia informar sobre a possível dispersão
oftalmosaurídea entre a Índia e a América do Sul. Eles esperam que
desenterrar mais vertebrados jurássicos nesta região possam fornecer
mais informações sobre a evolução dos répteis marinhos nesta parte do
globo.
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