Estudante foi baleado em São Paulo após demora para entregar chave a ladrão
Crime aconteceu na na noite de terça-feira (19) próximo à praça do Pôr do Sol, em Alto de Pinheiros
© Reprodução / YouTube
Um
estudante de 22 anos foi baleado na noite de terça-feira (19) após
sofrer uma tentativa de assalto próximo à praça do Pôr do Sol, em Alto
de Pinheiros, bairro nobre da zona oeste de São Paulo.
Lucas Espinosa, que estuda
economia na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), estava na porta
de seu carro, estacionado na rua Pascoal Vita, às 20h, quando foi
abordado por um criminoso, que anunciou o roubo.
O estudante
chegou a entregar relógio e carteira, mas, segundo a polícia, ficou
nervoso e demorou para encontrar a chave do carro. O assaltante disparou
contra Lucas, que foi atingido no tórax.
O ladrão entrou em um
Honda Fit que o aguardava e fugiu. O jovem foi levado pelos bombeiros ao
Hospital das Clínicas, onde permanecia internado à noite, com estado de
saúde estável.
Um vigia que trabalha no local há sete anos - e que pediu à reportagem para não ser identificado- ouviu o momento do crime.
"Eu
estava entrando na guarita e ouvi três tiros. Passei um rádio para
outro segurança, que perguntou se não foi moto. Eu sabia que era tiro.
Fomos ver, e o rapaz estava lá, pedindo socorro, com a chave do carro
caída ao lado dele", contou.
"De repente, o carro [que fugia] fez o
retorno, parou e perguntou: 'O cara morreu? Vocês chamaram a polícia?' E
foi embora quando dissemos que sim", disse a testemunha. Há câmeras de
segurança na rua que podem capturar o momento do crime, segundo os
vizinhos.
O vigia conta que, nos sete anos em que trabalha no
local, presenciou dois assaltos a residências e outra tentativa de
assalto que terminou com um motorista do Uber baleado no pescoço.
Ele
próprio já ficou sob a mira de armas duas vezes em assaltos a casas,
mas em empregos anteriores, em Moema (zona sul) e em Itapecerica da
Serra (Grande SP).
'PASSOU DO LIMITE'
Dois policiais militares vigiavam a praça na tarde desta quarta-feira (20).
Os
frequentadores aparentavam tranquilidade, apesar do crime da noite
anterior e do histórico de queixas de moradores sobre a criminalidade
nas imediações.
O público aumentava à medida que se aproximava o
pôr do sol, atração que dá nome à praça. Com eles, chegavam também
vendedores ambulantes de bebidas, e alguns frequentadores colocavam
música em celulares e pequenas caixas de som.
A aglomeração
noturna é motivo de atrito com moradores do entorno, que dizem ser este o
motivo de avanço da criminalidade no bairro.
"A gente vinha
anunciando que iria acontecer, e aconteceu. Agora a coisa passou do
limite. Aqui tem sempre roubo a residência, mas criminoso armado na rua,
assim, eu nunca vi", disse Maria Helena Bueno, presidente da Associação
dos Amigos do Alto dos Pinheiros.
Segundo ela, o grupo se reunirá
nesta quinta-feira (21) com o subprefeito de Pinheiros, Paulo Mathias, e
com representantes das forças de segurança para discutir como aumentar a
segurança no local. Para Bueno, o poder público deveria colocar um
posto fixo de policiamento na praça.
Por pressão da associação, a
praça Pôr do Sol, que tem status de parque, ganhou iluminação nova, mais
baixa e forte, e tem monitoramento por câmera.
No ano passado, a gestão Fernando
Haddad (PT) informou que a Secretaria Municipal do Verde desenvolveria
um projeto para cercar o local, a partir da manifestação dos moradores.
Mas a medida não foi para frente.
Notícias ao Minuto com informações da Folhapress.
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