Governo do presidente Nicolás Maduro reprime levante militar na Venezuela neste domingo
Um grupo de rebeldes é rendido depois de tomar quartel na cidade de Valência. O líder é militar da reserva. Ao menos sete pessoas são detidas. Governo festeja prisão de "terroristas"
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A base militar que chegou a ser tomada pelos insurgentes, na cidade de Valência, a 160 quilômetros de Caracas, tem o principal conjunto de blindados do Exército venezuelano - (Foto: Reprodução) |
Um grupo de militares do chamado Forte Paramacay, no
estado de Carabobo, na Venezuela, promoveu neste domingo (6) um levante
contra o governo do presidente Nicolás Maduro, mas acabou rendido por
outros membros das Forças Armadas, segundo o dirigente chavista Diosdado
Cabello. Ao menos sete pessoas foram presas.
O chefe do Comando Estratégico Operacional das Forças Armadas,
Remigio Ceballos, anunciou no Twitter a detenção de sete rebeldes, que
chamou de terroristas.
A base militar que chegou a ser tomada pelos insurgentes, na cidade
de Valência, a 160 quilômetros de Caracas, tem o principal conjunto de
blindados do Exército venezuelano.
Pessoas ligadas às Forças Armadas disseram à agência de notícias Efe
que o grupo era formado por alguns militares rebeldes e também por civis
vestidos de uniforme, que não pertenciam à base militar do corpo de
blindados do Exército.
Num vídeo divulgado na internet, cerca de 20 homens armados e em
uniformes militares acompanham um homem que se identifica como capitão
Juan Caguaripano e comandante da "operação David Carabobo". O homem, um
militar da reserva desde 2014, declara-se em rebeldia contra "a tirania
assassina de Nicolás Maduro".
Segundo ele, não se trata de um golpe de Estado, mas de uma ação
cívica militar para restabelecer a ordem constitucional e "salvar o país
da destruição total e deter os "assassinatos de jovens". "Como
militares institucionais, reconhecemos e respeitamos a Assembleia
Nacional (Parlamento do país, cuja maioria é opositora ao governo) e
exigimos que ela reconheça e respeite a vontade de um povo de se livrar
da tirania", acrescentou o militar.
Ele também pediu à Assembleia Nacional para respeitar e honrar a
memória de vários dos jovens que morreram nos recentes protestos contra o
governo e "que, com escudos de papelão, mas com corações de aço,
ofereceram as suas vidas para ensinar um povo a derrotar o medo".
Segundo Cabello, agora integrante da recém instalada Assembleia
Nacional Constituinte (ANC), que foi promovida por Maduro para mudar a
ordem constitucional, o levante já foi controlado. "De madrugada,
agressores terroristas entraram no Forte Paramacay, em Valência,
atentando contra nossa FANB (Força Armada Nacional Bolivariana). Vários
terroristas detidos", escreveu Cabello em sua conta no Twitter.
Em outra mensagem, o político disse que, após o levante, foram
ativados planos de defesa, com destacamento de tropas para garantir a
segurança interna e que a FANB controlou a situação. "Absoluta
normalidade no resto das unidades militares do país, quem sonha com o
contrário baterá de frente com a moral da FANB!", afirmou Cabello
minutos depois.
O ministro da Defesa, general Vladimir Padrino, reagiu ao ocorrido
com uma mensagem no Twitter. "Não puderam com a FANB, com sua moral, nem
com a sua consciência constitucional; agora pretendem agredi-la com
ataques terroristas. Não poderão!", escreveu.
ClickPB
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