Guardas-civis metropolitanos tentam barrar distribuição de sopa em São Paulo
Guarda-Civis Metropolitanos (GCM) foram acusados de
tentar impedir, na noite desta quinta-feira, a distribuição de
sopa quente para moradores de rua e dependentes químicos
da Cracolândia, no centro da cidade de São Paulo. A denúncia foi feita
pelo padre da Pastoral Povo de Rua, Júlio Lancelotti. O incidente ocorreu
por volta das 22h.
“O grupo Mensagem de Paz está oferecendo sopa quente, água e acolhida
na Cracolândia e estão sendo pressionados e impedidos pela GCM”, afirma
o padre em manifesto no Facebook. Lancelotti entrou em contato com o
Secretário de Segurança Urbana da Prefeitura, coronel José Roberto
Rodrigues, para resolver a situação.
O secretário confirmou ter recebido o telefonema do padre e afirmou
ter entrado em contato com o inspetor responsável pelo trabalho da
Guarda Civil na região para liberar a entrega das refeições.
A Assessoria de Imprensa da Prefeitura manifestou-se sobre o ocorrido
dizendo que “O episódio envolvendo a GCM na noite passada, além de o
secretário de Segurança Urbana, José Roberto de Oliveira, ter autorizado
de imediato a distribuição de alimentos, o prefeito João Doria
determinou às secretarias envolvidas a revisão de toda a regulamentação
municipal a respeito da distribuição gratuita de alimentos manipulados
na cidade. O prefeito determinou ainda que não sejam impostas restrições
à doação de alimentos a pessoas em situação de rua ou dependentes
químicos.”
“Falei com o inspetor que estava lá para deixar distribuir. O padre
me ligou dizendo que o pessoal estava lá. Existe decreto de que o
alimento manipulado não poderia ser (entregue), mas como é uma igreja e o
pessoal está empenhado em relação ao frio, eu falei para o inspetor:
‘Libera aí a sopa”.
Segundo o secretário, tudo foi resolvido, e as ações da GCM foram
intensificadas para diminuir “o sofrimento das pessoas em situação de
vulnerabilidade”. Viaturas estão fazendo rondas para auxiliar essas
pessoas. O coronel completa dizendo que a Defesa Civil da área está
orientada a entregar cobertores e convencer as pessoas a irem para
albergues.
O caso ocorreu um dia depois de relatos de moradores de rua terem
sido acordados com jatos d’ água na Praça da Sé. Nessa quinta, o
prefeito João Doria (PSDB) voltou a negar a situação, dizendo que “não
houve jato d’água em ninguém”.
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