Tribunal de Contas do Estado da Paraíba apresenta raio-x do ensino estadual
“Nossa rede pública não está ensinado”. A constatação
é do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Fernando Catão, com
base no primeiro monitoramento de auditoria operacional que analisou a
qualidade do ensino médio oferecido na rede pública estadual. O
resultado foi apresentado durante sessão realizada nesta quarta-feira
(26) e é relativo ao ano passado.
Na Corte de Contas, Fernando Catão afirmou que a educação da Paraíba pede socorro, principalmente de gestão.
Conforme a auditoria, houve um decréscimo na qualidade do ensino. O
estudo mostrou que apenas 32% dos alunos do 5º ano tiveram aprendizado
satisfatório em Português. Na mesma disciplina, apenas 17% dos alunos do
9º ano tiveram aprendizado satisfatório.
Em relação ao ensino de Matemática, o conselheiro considerou “uma
tragédia total”. Somente 19% dos alunos do 5º anos aprenderam a
disciplina satisfatoriamente, enquanto no 9º ano, o percentual é de
apenas 6%.
Entre os problemas constatados pela auditoria está a insuficiência de
professores com formação compatível para atender a demanda atual de
disciplina obrigatória do ensino médio, além da contratação de
temporários, transformado a excepcionalidade em normalidade.
Em virtude dos problemas detectados, o conselheiro destacou a
necessidade de acompanhar de perto o processo de terceirização de
setores da educação estadual.
O conselheiro ainda emitiu alerta ao governador Ricardo Coutinho e ao
secretário de Estado da Educação, Aléssio Trindade, para que cumpram as
recomendações do Tribunal relativas à auditoria sob pena de multa e
outras cominações legais.
Catão lamentou a ausência do secretário durante apresentação do
resultado da auditoria, o que considerou um desrespeito com o TCE.
“Pediu adiamento do processo e não se fez presente e nenhum dos seus
auxiliares”, avaliou.
Ele afirmou que constatou nas últimas semanas a existência de servidores codificados na Secretaria de Educação.
“Faço um apelo a essa Corte para que tenhamos muita observação e
cautela nesse movimento feito pelo Governo do Estado no sentido de fazer
a terceirização de sete serviços da educação. Tem um problema sério na
questão dos servidores pro tempores, mas nessas últimas semanas descobri
que há codificados também na Secretaria de Educação e as explicações
são as mais estapafúrdias possíveis sobre o que é esse terceirização”,
afirmou.
Veja o vídeo:
Nenhum comentário:
Postar um comentário