quarta-feira, 26 de julho de 2017

'Rede pública não está ensinando'

Tribunal de Contas do Estado da Paraíba apresenta raio-x do ensino estadual

“Nossa rede pública não está ensinado”. A constatação é do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Fernando Catão, com base no primeiro monitoramento de auditoria operacional que analisou a qualidade do ensino médio oferecido na rede pública estadual. O resultado foi apresentado durante sessão realizada nesta quarta-feira (26) e é relativo ao ano passado.
Na Corte de Contas, Fernando Catão afirmou que a educação da Paraíba pede socorro, principalmente de gestão.
Conforme a auditoria, houve um decréscimo na qualidade do ensino. O estudo mostrou que apenas 32% dos alunos do 5º ano tiveram aprendizado satisfatório em Português. Na mesma disciplina, apenas 17% dos alunos do 9º ano tiveram aprendizado satisfatório.
Em relação ao ensino de Matemática, o conselheiro considerou “uma tragédia total”. Somente 19% dos alunos do 5º anos aprenderam a disciplina satisfatoriamente, enquanto no 9º ano, o percentual é de apenas 6%.
Entre os problemas constatados pela auditoria está a insuficiência de professores com formação compatível para atender a demanda atual de disciplina obrigatória do ensino médio, além da contratação de temporários, transformado a excepcionalidade em normalidade.
Em virtude dos problemas detectados, o conselheiro destacou a necessidade de acompanhar de perto o processo de terceirização de setores da educação estadual.
O conselheiro ainda emitiu alerta ao governador Ricardo Coutinho e ao secretário de Estado da Educação, Aléssio Trindade, para que cumpram as recomendações do Tribunal relativas à auditoria sob pena de multa e outras cominações legais.
Catão lamentou a ausência do secretário durante apresentação do resultado da auditoria, o que considerou um desrespeito com o TCE. “Pediu adiamento do processo e não se fez presente e nenhum dos seus auxiliares”, avaliou.
Ele afirmou que constatou nas últimas semanas a existência de servidores codificados na Secretaria de Educação.
“Faço um apelo a essa Corte para que tenhamos muita observação e cautela nesse movimento feito pelo Governo do Estado no sentido de fazer a terceirização de sete serviços da educação. Tem um problema sério na questão dos servidores pro tempores, mas nessas últimas semanas descobri que há codificados também na Secretaria de Educação e as explicações são as mais estapafúrdias possíveis sobre o que é esse terceirização”, afirmou.
Veja o vídeo:

Nenhum comentário:

Postar um comentário