segunda-feira, 17 de julho de 2017

Progressão para condenada pela morte da enteada

Anna Carolina Jatobá, condenada pela morte da enteada, terá regime semiaberto

A Justiça concedeu nesta segunda-feira (17) progressão de regime à detenta Anna Carolina Jatobá, condenada pela morte da enteada Isabella Nardoni. Com a decisão, a presa vai cumprir a pena no semiaberto e terá direito de deixar a penitenciária cinco vezes ao ano para as saídas temporárias. Anna Carolina está presa em Tremembé (SP) desde 2008. Além disso, ela poderá deixar a prisão diariamente para trabalhar, desde que retorne todas as noites para dormir no local.
A progressão foi concedida pela juíza Sueli Zeraik, da 1º Vara de Execuções Criminais (VEC) de Taubaté. A decisão será encaminhada para a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) ainda nesta segunda.
Após a notificação, a presa deve ser transferida para a ala que abriga presas do semiaberto, onde está Suzane von Richtofen, condenada pela morte dos pais.
A expectativa é que Anna Carolina deixe a prisão pela primeira vez em agosto, na saída temporária de Dia dos Pais.
O advogado da presa, Roberto Podval, foi procurado  no escritório de advocacia e no celular, mas não comentou o assunto.
Pedido
A progressão da detenta do regime fechado para o semiaberto foi um pedido da defesa de Jatobá, feito em abril deste ano. Nele, a defesa afirmava que ela já tinha direito ao benefício por ter cumprido o tempo mínimo exigido para mudar de regime e bom comportamento prisional.
No último mês, após receber o resultado de um exame criminológico e favorável à progressão da detenta e documentos com detalhes da rotina dela em que constavam elogios dos diretores e funcionários da penitenciária, o Ministério Público foi favorável a concessão do semiaberto e encaminhou o processo para a decisão da juíza.
“Vale dizer que a gravidade do crime e suas consequências, por mais nefastas e repugnantes que sejam, não podem prevalecer”, diz trecho do parecer do promotor Luiz Marcelo Negrini.
Na decisão, a juíza destacou que a mudança de regime é um mecanismo facilitador para ressocialização da presa. “Embora se trate de regime prisional mais brando, ainda é bastante vigiado e possibilita a observação de evolução da detenta e seu retorno gradativo à sociedade”, diz trecho do documento.
Planos
O parecer de uma equipe técnica, que produziu em junho laudos psicólogo e psiquiátrico, apontou acerca do comportamento da detenta,que ‘a possibilidade de reincidência é nula’  .
Aos especialistas, Jatobá afirmou inocência e disse desejar que a verdade sobre o caso apareça. Ela afirma ainda ter aprendido a ser paciente durante os nove anos em que esteve reclusa.
Sobre os seus projetos de vida, ela disse  que planeja, após ter a liberdade definitiva, buscar apoio dos familiares, manter o relacionamento com o marido Alexandre Nardoni,  também preso em Tremembé, fazer um curso de moda e abrir um ateliê de costura.
“Quero estar com meus filhos. Vou morar em São Paulo ou uma cidade do litoral, trabalhar e tentar viver minha vida. Gostaria que um dia minha vida pudesse voltar ao normal. Gostaria de desenvolver o meu lado espiritual e ajudar as pessoas”, disse.
De acordo com o psiquiatra que fez a avaliação, ela assimilou a gravidade do ocorrido, possui valores éticos e morais e é capaz de manter controle sobre sua agressividade e perspectiva de vida.
Anna e Alexandre Nardoni têm dois filhos, de 10 e 12 anos.
G1

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