Ex-presidente Lula afirma que não há provas no caso da cobertura tríplex em Guarujá
O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez seu primeiro pronunciamento
público nesta quinta-feira (13), um dia após a sentença do juiz Sergio
Moro que o condenou a 9 anos e meio de prisão por corrupção. Ele negou
os crimes pelos quais foi condenado e afirmou que ainda está “no jogo”.
“Se
alguém tiver uma prova contra mim, por favor, diga. Mande para a
Justiça, mande para a suprema corte, mande para a imprensa. Eu ficaria
mais feliz se fosse condenado por conta de uma prova”, afirmou. “Nós
vamos recorrer em todas as instâncias de todas as arbitrariedades. (…) É
preciso fazer processo contra quem mentir, contra quem não disser a
verdade nesse país.”
“A
Justiça não pode mentir. Não pode tomar decisões politicas. Ela tem que
tomar decisões baseadas nos autos. (…) A única prova é a da minha
inocência”, afirmou. “Eu prestei vários depoimentos, e era visível que o
que menos importava era o que você falava, eles já estavam com o
processo pronto.”
O
ex-presidente também falou sobre as expectativas para as eleições de
2018. “Se alguém pensa que com essa sentença me tiraram do jogo, pode
saber que eu estou no jogo”, disse o ex-presidente. “Quero dizer ao meu
partido que até agora eu não tinha reivindicado, mas agora vou
reivindicar como postulante a candidato a presidente da república.”
Ele começou a falar às 12h02 e discursou durante meia hora.
Estavam
no local da coletiva o ex-presidente do PT Rui Falcão, os ex-ministros
Jacques Wagner e Miguel Rosseto, os deputados Carlos Zarattini, Jandira
Feghalli e José Guimarães, os advogados de Lula, Roberto Teixeira,
Cristiano Zanin e Valesca Teixeira, bem como Gleisi Hoffmann.
Condenação
O
ex-presidente foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão na Operação
Lava Jato pela ocultação da propriedade de uma cobertura triplex em
Guarujá, no litoral paulista, que teria sido recebida como propina da
empreiteira OAS, em troca de favores na Petrobras.
É
a primeira vez na história que um ocupante da Presidência é condenado
por um crime comum no Brasil. A sentença foi publicada nesta
quarta-feira (12) e permite que o petista recorra em liberdade.
Na
sentença, de 218 páginas, o juiz Moro resume as acusações que pesam
contra Lula, relata os argumentos da defesa e analisa as provas
documentais (como documentos, fotos, imagens e-mails e mensagens
telefônicas), periciais (como documentos periciados e testemunhais) e
depoimentos.
Condenação de Lula: veja as provas que basearam a sentença de Moro
O
magistrado afirma que houve condutas inapropriadas por parte da defesa
de Lula que revelam tentativa de intimidação da Justiça e, por isso, até
caberia decretar a prisão preventiva do ex-presidente. Porém, decidiu
não mandar prendê-lo por “prudência”.
Outros processos de Lula
O
ex-presidente é réu em outras duas ações da Lava Jato: uma ligada à
Operação Janus, que trata de contratos no BNDES, e outra relacionada à
Operação Zelotes, que apura venda de medidas provisórias.
Lula também foi denunciado no caso envolvendo o sítio em Atibaia, no interior de São Paulo, no âmbito da Lava Jato.
Ele
é alvo ainda de dois inquéritos na Lava Jato: um sobre a formação de
organização criminosa para fraudar a Petrobras, e outro sobre obstrução
das investigações ao tomar posse como ministro de Dilma. Na Zelotes, ele
é investigado em inquérito sobre a edição da medida provisória 471, que
criou o Refis.
G1

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