domingo, 23 de julho de 2017

Aquisições obscuras

Temer comprou imóveis de investigado na Lava Jato que valem R$ 18,4 milhões

Informação é da revista ‘Veja’; dois escritórios, uma casa e o andar de um prédio em áreas nobres de São Paulo estão na lista


Presidente Michel Temer (PMDB)
A família do presidente Michel Temer é proprietária de imóveis comprados juntos ao empresário José Yunes, investigado por suspeita de corrupção na Lava-Jato. Entre os imóveis estão dois escritórios, uma casa e o andar de um prédio em áreas nobres de São Paulo, que somados valem atualmente R$ 18,4 milhões e foram comprados entre os anos 2000 e 2010, quando Temer era deputado federal. A informação é da revista “Veja”.
Segundo a publicação, o imóvel mais valioso é um andar do prédio Spazio Faria Lima, no bairro Itaim Bibi, zona nobre de São Paulo, comprado por Temer três anos antes do seu lançamento, em 2003. Segundo registro, o político do PMDB teria pagado R$ 2,2 milhões à Yuny Incorporadora, empresa fundada por Yunes, responsável pela construção do edifício e atualmente controlada pelos seus filhos. Nos dias atuais, o andar valeria R$ 14 milhões, segundo corretores imobiliários consultados pela revista, não identificados na reportagem. O imóvel está registrado em nome de uma empresa administrada por uma filha do presidente.
Yunes é um dos citados da delação da Odebrecht como beneficiário de pagamentos em dinheiro destinados a políticos do PMDB. O caso ainda está sob investigação da Procuradoria-Geral da República (PGR) e levou o empresário a pedir, no fim do ano passado, demissão do cargo de assessor especial da Presidência. Ele nega ter recebido valores da Odebrecht, mas apenas um pacote entregue pelo doleiro Lúcio Funaro, operador do PMDB investigado na Lava-Jato e que está preso há um ano em Brasília.
Conforme a “Veja”, em junho de 2010, Yunes comprou uma casa no bairro Alto de Pinheiros, também zona nobre, por R$ 750 mil. Um mês depois o imóvel foi vendido à atual primeira-dama Marcela Temer por R$ 830 mil, quantia doada a ela pelo marido antes da compra, segundo informou a assessoria do Planalto à revista. Consultores imobiliários disseram que a casa valia, à época, pelo menos o dobro do que foi declarado. Atualmente o imóvel tem valor estimado em R$ 2,4 milhões, de acordo com a reportagem.
O terceiro negócio foi registrado no ano 2000: trata-se da venda de duas salas comercias do Edifício Lugano, no Itaim Bibi, comprado por R$ 380 mil quando a estimativa de mercado apontava R$ 900 mil como valor dos imóveis. A “Veja” estimou em R$ 2 milhões o valor atual do patrimônio, doado para o filho de Temer, Michelzinho, de 8 anos.
Neste sábado, o advogado de Yunes, José Luis de Oliveira Lima, informou em nota que “todas as operações são regulares e perfeitamente legais”. Segundo ele, “José Yunes jamais efetuou qualquer operação comercial ou empresarial que fugisse da legalidade ou dos preceitos éticos”.
A assessoria do Palácio do Planalto informou que não se manifestará sobre a reportagem. À revista, a assessoria afirmou que os negócios foram “absolutamente normais”. Segundo o governo, os valores “foram de mercado” e, os pagamentos, feitos “com cheques de contas pessoais de Michel Temer”.
Blog do Gordinho

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