Coreia do Norte afirma ter "todo território dos EUA" a alcance de seus mísseis
EUA e Coreia do Sul realizam manobras em resposta a novo teste de Kim Jong-Un
EUA e Coreia do Sul realizam manobras em resposta a novo teste de Kim Jong-Un - (Foto: Reprodução/AFP) |
As forças armadas de Estados Unidos e Coreia do Sul
realizam exercícios militares utilizando mísseis terra-terra em resposta
ao teste de um míssil intercontinental por parte da Coreia do Norte,
informou um funcionário americano da defesa nesta sexta-feira. O líder
norte-coreano, Kim Jong-Un, afirmou na agência oficial KCNA, após o
teste bem sucedido, que todo o território continental dos Estados Unidos
está agora ao seu alcance. De acordo com Kim, o teste demonstrou a
capacidade da Coreia do Norte para lançar um ataque "em qualquer lugar e
momento".
"Estamos realizando exercícios em resposta ao lançamento de míssil da
Coreia do Norte", informou o funcionário norte-americano, que pediu
para não ser identificado. As manobras conjuntas ocorrem após membros
do departamento de Defesa informarem que Estados Unidos e Coreia do Sul
analisam "opções de resposta militar" contra os norte-coreanos.
As operações utilizam o sistema de mísseis terra-terra ATACMS (Army
Tactical Missile System) e mísseis sul-coreanos Hyunmoo II. Outro
oficial que pediu para não ser identificado disse à AFP que é realizado
"um exercício com munição real em resposta ao lançamento de mísseis por
parte da Coreia do Norte".
Segundo o Exército, "o ATACMS pode ser mobilizado rapidamente (...) e
proporciona capacidade de precisão em ataques de profundidade,
permitindo à aliança Estados Unidos/Coreia do Sul atingir um amplo leque
de alvos sob qualquer condição climática".
Pyongyang lançou seu primeiro míssil intercontinental (ICBM) no dia 4
de julho, após o qual as forças de Estados Unidos e Coreia do Sul
realizaram manobras conjuntas. No tiro desta sexta-feira, o míssil
lançado de Mup'yong-ni percorreu uma trajetória de cerca de 1.000 km
antes de cair no Mar do Japão, segundo o Pentágono.
Imediatamente após o teste do ICBM, o general Joe Dunford, chefe do
Estado-Maior Conjunto dos EUA, e o almirante Harry Harris, responsável
pelo comando americano do Pacífico, conversaram com o general Lee Sun
Jin, chefe do Estado-Maior Conjunto sul-coreano.
"Durante o telefonema, Dunford e Harris expressaram seu compromisso
com a aliança Estados Unidos/Coreia do Sul", informou o gabinete de
Dunford. "Os três também analisaram diversas opções de resposta
militar".
O Pentágono se prepara há algum tempo para a eventualidade de um
conflito com a Coreia do Norte, mas esta é a primeira vez que um general
cita a possibilidade de opções militares em um comunicado oficial.
O presidente americano, Donald Trump, denunciou o tiro norte-coreano
como uma ação "temerária e perigosa" e garantiu que "os Estados Unidos
adotarão todos os passos necessários para garantir a segurança do nosso
país e proteger nossos aliados". "Ameaçando o mundo, estas armas e estes
testes isolarão ainda mais a Coreia do Norte, debilitarão sua economia e
prejudicarão seu povo".
Por Correio do Povo
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