Politicamente fragilizado, Temer ficou menor após ser atingido pela delação de Joesley
Com as novas acusações, desta vez da PF e do doleiro do PMDB, o presidente está diminuído — e, no começo da crise, por pouco não renunciou ao cargo
(Montagem de Anderson Marçal e Douglas Bressar com fotos de Cristiano Mariz/VEJA) |
Desde que seu governo foi atingido na testa pela
delação do empresário Joesley Batista, o “bandido notório”, o
presidente Michel Temer nunca viveu uma semana tão desastrada. A Polícia
Federal, encerrando uma etapa das investigações da delação, concluiu
que existem evidências “com vigor” mostrando que Temer praticou ato de
corrupção.
Além desse petardo, o operador Lúcio Funaro, conhecido como
doleiro do PMDB, começou a abrir o bico, como adiantou VEJA na semana
passada. Entre outras acusações, disse que o partido mantinha uma
quadrilha para abocanhar verbas da Caixa Econômica Federal — e Temer era
quem fazia a distribuição dos recursos surrupiados.
Com tudo isso, o
presidente Temer, mesmo no exterior, encerrou a semana menor do que
começou. Com denúncias e acusações surgindo em ritmo quase diário, Temer
é hoje um presidente moralmente acossado, politicamente fragilizado e
administrativamente atordoado, pois seu governo despende mais energia
com a polícia do que com a política. Está se apequenando
institucionalmente, obrigado a se explicar a todo instante, instado a
bater boca com quem chama de “bandido notório” e testemunhando a agonia
de amigos. E sua situação tende a piorar ainda mais.
Veja abaixo capa da revista VEJA desta semana:
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