PSDB pode sair do governo a qualquer momento, diz o governador Geraldo Alckmin
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Segundo o governador de São Paulo, o partido está acompanhando a crise diariamente e pode desembarcar do governo caso ache necessário |
Na véspera da apreciação, pelo Supremo
Tribunal Federal (STF), do pedido de prisão do senador Aécio Neves
(PSDB), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou na manhã
desta segunda-feira (19/6) que o partido tem que aguardar a decisão da
Justiça com “confiança e serenidade” e que pode sair da base do governo
de Michel Temer a qualquer momento.
Segundo Alckmin, o PSDB está
acompanhando a crise dia a dia. “Podemos sair da base a qualquer
momento. Sair é deixar de ter ministério, o que, aliás, eu acho
completamente secundário. Quando houve o impeachment, fui contra que o
PSDB ocupasse ministérios, sempre fui. Não deveria ter entrado,
indicando ministros, mas a maioria decidiu”, ressaltou.
O tucano paulista voltou a dizer que
agora o importante é terminar as reformas. “É o que temos defendido. A
reforma trabalhista, que vai estimular emprego e diminuir a
informalidade, deve estar aprovada até o final do mês. Vamos aguardar a
sanção pelo presidente da República. A reforma previdenciária, logo logo
vamos saber o seu destino. É mais difícil porque é uma PEC (Proposta de
Emenda à Constituição). E a reforma política é até setembro. Se não for
feita até lá não valerá para a próxima eleição.”
De acordo com Alckmin, há três correntes
diferentes dentro do partido. “Tem aqueles que querem sair
imediatamente; aqueles que, assim como um casamento, é até que a morte
dos separe; e a nossa posição, que é aguardar para completar as
reformas, questão de 60, 90 dias. Nosso compromisso não é com o governo,
mas com a retoma do emprego, o crescimento da economia e da renda da
população. Se não saíssemos imediatamente, iríamos piorar a situação”,
afirmou. Logo em seguida, porém, negou que estivesse dando prazo para
uma eventual saída da base. “Não tem data, estamos acompanhando os fatos
dia a dia, podemos sair a qualquer momento”, repetiu.

Sobre a situação de Aécio Neves, o governador disse que a sigla
deve aguardar com serenidade a decisão da Justiça, com confiança e toda
a oportunidade para que ele possa se defender. Questionado se Aécio
teria condições de permanecer à frente do partido caso seja preso,
Alckmin ressaltou que o senador já está afastado da presidência da
legenda, atualmente sob o comando interino do também senador Tasso
Jereissati.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo semana
passada, o governador defendeu que o PSDB antecipe a convocação de uma
convenção para escolha de um novo presidente e renovação da executiva
nacional.
Segundo Alckmin, essa medida pode ser
tomada porque o estatuto tucano não prevê que um presidente possa ter o
mandato prorrogado, situação atual de Aécio. “Tem que investigar, punir
quem é culpado, inocentar quem é inocente. Mas o Brasil precisa
continuar funcionando. Estamos com 14 milhões de desempregados e outros 6
milhões no chamado desalento, que são aqueles que deixaram de procurar
emprego. Precisamos redobrar o esforço. Aqui, em São Paulo, temos um bom
modelo, investindo em infraestrutura. Só a Secretaria de Transporte
Metropolitano tem hoje 13,4 mil pessoas trabalhando em obras.”
FONTE: METRÓPOLES
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