Sem foro em 2019, Temer poderá ser investigado na primeira instância, condenado e preso
Publicado por: Gutemberg Cardoso
BRASÍLIA – O presidente Michel Temer não é investigado na Lava Jato a
partir das delações da Odebrecht porque a Procuradoria-Geral da
República argumenta que o peemedebista dispõe de “imunidade temporária” e
não pode ter atos alheios a seu mandato vasculhados.
Não pode ainda —afirmou, de novo e agora com ênfase, a PGR nesta
semana. Rodrigo Janot manifestou-se em um recurso do PSOL, que pede a
inclusão do presidente no roteiro da apuração policial. Janot pontuou
que o exercício do cargo não constitui “causa extintiva de punibilidade”
e, encerrado o mandato, “certamente serão adotadas as providências que
se mostrem pertinentes”.
“Não se há de interpretar o dispositivo em análise como cláusula de
exclusão de responsabilidade do presidente, pois ele responderá por tais
fatos perante a jurisdição competente ao término do mandato.”
Dois delatores da Odebrecht relatam a atuação do peemedebista em uma
reunião no seu escritório de São Paulo em 2010, quando teria sido
acordada propina para o PMDB. À Lava Jato, a empreiteira apresentou
extratos dos pagamentos em paraísos fiscais. Os valores alcançam US$ 54
milhões.
O Datafolha mostrou que o presidente é não só impopular como 73% dos
brasileiros acham que ele teve participação direta nos esquemas de
corrupção da Petrobras. O índice supera 60% entre homens e mulheres de
todas as regiões, faixas etárias, grupos de renda e escolaridade.
Muita água ainda passará sob a pinguela. Janot deve deixar o cargo em
setembro e seu sucessor será escolhido por Temer. O novo PGR poderá ter
outro entendimento.
Descartada tal desfaçatez e um milagre eleitoral, o peemedebista não
tem chance na corrida de 2018 para garantir foro especial. Restaria a
ele ocupar cargo de proa em um governo de aliados para refugiar-se.
Descartado o apadrinhamento, Temer será dissecado pela Lava Jato na primeira instância. Assim como Dilma, Lula e FHC.
Fonte: José Cruz/Agência Brasil
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