80% dos veículos comercializados por quadrilha presa na Paraíba eram roubados em Recife e Natal
“69 veículos foram apreendidos e foram clonados e adulterados por essa organização criminosa”, afirmou o delegado Nélio Carneiro
O valor total arrecadado pela quadrilha com as fraudes ainda não foi totalmente levantado - (Foto: Walla Santos) |
Na manhã desta quarta-feira (24) mais dez homens foram
presos suspeitos de integrar uma organização criminosa especializada em
roubar e clonar veículos para vender depois nos estados da Paraíba,
Pernambuco e Rio Grande do Norte. De acordo com o delegado Nélio
Carneiro, titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos, “80% dos
carros que eram roubados eram em Natal e Recife porque vendiam carro
aqui também então é fácil um carro ser reconhecido por um detalhe e eles
não queriam correr esse risco”.
A ação de hoje faz parte da terceira fase da Operação Clone e contou
com o apoio de policiais civis do Grupo de Operações Especiais (GOE) e
da Delegacia de Crimes Contra o Patrimônio (Roubos e Furtos). “É a maior
apreensão de veículos em uma única operação do Brasil. 69 veículos
foram apreendidos e foram clonados e adulterados por essa organização
criminosa”, afirmou o delegado Nélio Carneiro.
O valor total arrecadado pela quadrilha com as fraudes ainda não foi
totalmente levantado. Mas Nélio Carneiro adianta que “são somas absurdas
que eles obtiveram de maneira ilícita. Ultrapassa os milhões pela
quantidade de veículos”. Eram comercializados desde veículos populares a
importados e o preço para regularizar era tabelado, sendo que a
quadrilha pagava R$ 2 mil em cada um deles.
O delegado ainda explicou o modo de atuação da quadrilha. Quando os
veículos roubados chegavam em João Pessoa eram deixados em algum
estacionamento, como o do Hospital Santa Isabel, por exemplo, por
aproximadamente dois dias para ter certeza de que não eram rastreados.
“Depois de dois dias eles pegavam o carro, adulteravam, clonavam e
vendiam o veículo. Nós acreditamos que eles já estivessem fazendo isso
há seis ou oito meses pela quantidade”, explicou.
Foram cumpridos 10 mandados de prisão temporária, quatro conduções
coercitivas e um mandado de busca e apreensão. Dois suspeitos
investigados nesta fase já haviam sido presos anteriormente em flagrante
e estão recolhidos no Presídio do Róger, em João Pessoa.
Dentre os presos estão dois policiais militares, dois despachantes e um empresário que foi preso ontem em Sertânia, em Pernambuco. Logo em seguida devem ser iniciadas as investigações para deflagrar a quarta fase da Operação Clone. “Com a perspectiva de uma nova etapa, nós podemos chegar a 80 ou 90 carros que essa organização criminosa manipulou”, adiantou Nélio Carneiro.
Dentre os presos estão dois policiais militares, dois despachantes e um empresário que foi preso ontem em Sertânia, em Pernambuco. Logo em seguida devem ser iniciadas as investigações para deflagrar a quarta fase da Operação Clone. “Com a perspectiva de uma nova etapa, nós podemos chegar a 80 ou 90 carros que essa organização criminosa manipulou”, adiantou Nélio Carneiro.
Mandados de Prisão temporária que foram cumpridos e participação dos suspeitos:
João Batista Ferreira Junior atua como corretor de
veículos em Sertânia, Pernambuco. Ele adquiriu pelo menos cinco veículos
ilícitos para serem revendidos em Pernambuco.
José Valter Barbosa dos Santos trabalha como
despachante junto ao Detran de Santa Rita e negocia veículos. Ele foi
citado como responsável em providenciar as segundas vias das
documentações veiculares junto ao Detran.
Josenildo da Silva Avelar trabalhou como motorista e
intermediador de compras e vendas de veículos para a organização
criminosa na região de Mamanguape, Rio Tinto e Marcação. Foi reconhecido
por testemunhas como vendedor de veículos clonados e já havia sido
preso em flagrante com um carro clonado.
José Fernandes Junior adquiriu quatro veículos da organização criminosa da Operação Clone I. Ele tinha o hábito de negociar veículos com o grupo.
Nilson Fernandes da Silva é comerciante autônomo de
compra e venda de automóveis na região do Vale do Mamanguape. Em áudios e
conversas flagradas pela polícia no Whatsapp foi demonstrada forte e
extensa atuação dele nas compras, vendas e trocas de veículos de origem
ilícita.
Rodrigo Rosseto Nogueira adquiriu dois veículos da
organização criminosa sabendo de sua origem ilícita e responde a
processo por estelionato na Paraíba e no Mato Grosso do Sul.
Luciano Silva é policial militar e exerce
paralelamente a função de corretor de imóveis. Em áudios e conversas
flagradas pela polícia no Whatsapp ficou demonstrado seu entrosamento
com o grupo criminoso e sua engajada atuação na comercialização de
veículos ilícitos. Ele também foi flagrado em uma gravação em que ameaça
de morte um dos integrantes do grupo devido à negociação de veículos.
Severino do Ramo Tibúrcio da Silva é policial
militar e apareceu nas investigações após adquirir um veículo no mês de
janeiro. Ao tomar conhecimento de que o carro era um clone, ele devolveu
ao vendedor ao invés de acionar a autoridade competente, de acordo com a
investigação.
Wiliam Soares de Araújo atua como despachante junto
ao Detran. Ele seria um dos responsáveis pela retirada do Certificado de
Registro e Licenciamento de veículos (CRLV). Várias denúncias
identificaram ele como integrante da quadrilha suspeito de “esquentar” e
vender os veículos provenientes de roubos e furtos.
Fia tem uma vasta ficha policial e seria o responsável pelo roubo ou furto dos veículos que eram clonados.
Fábio Venceslau da Silva atuava na organização
criminosa com a função de remarcar o chassi e o motor dos veículos
roubados ou frutados. Ele é conhecido no mundo do crime como exímio
“clonador” de veículos e recentemente foi preso em flagrante realizando a
remarcação de quatro motocicletas com restrição de roubo ou furto. O
suspeito encontra-se recolhido no Presídio do Roger.
Robson Ribeiro Souza foi apontado como auxiliar na
elaboração das adulterações dos veículos com restrição de roubo ou
furto. Ele já havia sido preso em flagrante com quatro motocicletas
clonadas. O acusado também está recolhido no Presídio do Róger.
ClickPB
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