Diante do bote da ‘jararaca’, a postura antiofídica de Moro - Por Heron Cid
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Ex-presidente foi pronto para o debate político, mas encontrou apenas um interrogatório |
O juiz Sérgio Moro conseguiu entrar e sair do
conturbado e aguardado depoimento do ex-presidente Lula da Silva sem
perder a serenidade que convém a um técnico, um servidor público, um
magistrado no estrito cumprimento do seu dever.
E precisou de muita habilidade e nervos para tanto. O depoimento foi
transformado pelos aliados de Lula em grande espetáculo. Mais um ato
prévio de campanha, com direito a comitivas, passeatas e manifestações
de “solidariedade”.
Com o circo armado, Lula chegou ao depoimento com o seu declarado espirito de jararaca, pronto e armado para o bote.
Afeito ao jogo das palavras, o ex-presidente estava preparado para
cavar o que se esperava. Um embate político, sua arena e expertise de
quarenta anos de testes.
Encontrou, porém, bem diante de suas vistas, um juiz tranquilo, calmo
e disposto a apenas esclarecer informações das denúncias constantes nos
autos.
Mesmo visivelmente nervoso em alguns momentos, Lula ainda tentou, por
diversas vezes, desequilibrar o seu interlocutor com provocações do
tipo… “Quando o senhor for candidato a presidente”. Ou… “Eu não sei se o
senhor tem mulher…”.
O juiz não engoliu a corda. Moro não caiu na casca de banana. Fez o que manda sua obrigação. Indagar, respeitosa e decentemente.
Ao final, o palanque que se pretendia foi reduzido a interrogatório jurídico normal.
Quem torcia por um inquisidor, encontrou um juiz. Quem queria um mártir, viu um réu.

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