Ator Wagner Moura critica Dilma Rousseff, Michel Temer e a imprensa
O ator e diretor de cinema Wagner Moura, participou
na noite deste domingo (30) do encerramento de mais uma edição do Campus
Festival, em João Pessoa. Durante o bate-papo com a plateia, o
ex-global fez críticas às medidas que vêm sendo propostas pelo
presidente da República, Michel Temer (PMDB), posicionamento da
imprensa, dever do Estado em relação à Segurança Pública e outros
assuntos.
Wagner lembrou o processo de impeachment da ex-presidente da
República, Dilma Rousseff (PT), o qual não deixou de fazer críticas,
Segundo o ator, o ‘golpe’ contra a petista está tendo como consequências
as propostas de reforma Trabalhista e da Previcência.
“Eu sempre fui assíduo nas críticas ao PT. A Dilma não foi uma boa
presidente. Agora, foi um golpe político. O golpe de tirar a Dilma foi a
primeira fase, as reformas são as consequências. Um golpe que não é
diferente de 1964”, disse.
O ator comentou também uma das primeiras decisões de Temer, quando
assumiu a Presidência, que foi a de extinguir o Ministério da Cultura.
“Acabar com o Ministério da Cultura é uma burrice gigante. A cultura é
fundamental”, frisou.
Questionado pelo repórter do Portal MaisPB Wallison
Bezerra, de como é visto pelos colegas de profissão pelo posicionamento
político, Wagner desabafou afirmando que recebe pressão por conta das
declarações.
Ele afirmou, porém, que a sua atidude não lhe impulsiona a entrar numa disputa eleiral.
Lava Jato
Mesmo sendo contrário a algumas atitudes da Operação Lava Jato, que
investiga o esquema de corrupção na Petrobrás, Wagner ressaltou a
importância das investigações.
“Ninguém pode ser contra a Lava Jato, você pode não ser contra a
qualquer tipo de investigação contra corrupção. Agora, faço críticas de
como é a relação do judiciário com a mídia. O vazamento das conversas da
Dilma com o Lula é errado. Por isso, sou contra a alguns métodos”,
pontou.
Mídia e Política
Jornalista de formação, Wagner discordou do posicionamento de como
setores da imprensa se comportam diante do atual momento do político.
Ele enalteceu, ainda, o papel das redes sociais nesse processo que o
Brasil está passando.
“O jornalismo da Globo segue o padrão da grande mídia, é um
jornalismo comprometido. No Brasil, a imprensa é controlada por cinco
famílias. E como qualquer empresa, existem os interesses do dono. Acaba
que o filtro da notícia é tendencioso”, lamentou.
Segurança Pública
O papel que o ator interpretou nas duas edições do filme Tropa de
Elite, como o capitão Nascimento, e a atuação como Pablo Escobar, em
Narcos, insultou a plateia a questionar sobre o modo como o Estado trata
a segurança.
“A política da guerra contra as drogas, no México, Colômbia, Brasil
ou Peru, é a de que os pobres estão morrendo. No momento do caos,
pânico, é que as soluções fáceis aparecem, que é chegar o policial e
matar o bandido. A Rachel Sheherazade defendeu que o garoto preso em um
poste fosse lichado. Esse tipo de discurso de que bandido bom é bandido
morto é da barbárie”, declarou.
Wallison Bezerra – MaisPB
Nenhum comentário:
Postar um comentário