Tribunal Superior Eleitoral deve julgar em junho processo contra Michel Temer
O processo de cassação da chapa de Dilma Rousseff e
Michel Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve ser julgado no
início de junho. Embora o presidente da corte, ministro Gilmar Mendes,
tenha dado previsão de julgamento em maio, o caso deve ser adiado. Um
dos motivos são os prazos processuais. O relator, ministro Herman
Benjamin, ainda vai elaborar um relatório, e o Ministério Público (MP)
ainda precisa se manifestar. Depois disso, Gilmar tem uma viagem marcada
a trabalho para a Rússia.
O atraso no julgamento será importante para os ministros Admar
Gonzaga e Tarcísio Vieira, que tomaram posse no Tribunal recentemente e
precisarão de mais tempo para estudar melhor o processo – que já soma 29
volumes, com várias provas anexadas e depoimentos de mais de 50
testemunhas.
A expectativa do voto do relator é de que seja pela condenação da
chapa. No entanto, cresce entre os demais ministros a preocupação de
costurar uma solução pela absolvição de Temer, para que a crise política
e econômica não tome proporções grandiosas no país.
No processo, o PSDB acusou a chapa de ter cometido abuso do poder
econômico e político na campanha. De acordo com os autores da ação,
houve “desvio de finalidade de pronunciamentos oficiais em cadeia
nacional, eminentemente utilizados para a exclusiva promoção pessoal da
futura candidata”.
Os tucanos também afirmam que houve veiculação de ampla propaganda
institucional em período vedado; uso do Palácio do Planalto para
atividades de campanha; uso de gráficas de fachada; uso indevido dos
Correios na campanha; despesas de campanha acima do limite legal;
financiamento irregular; além de falta de comprovantes idôneos para
algumas despesas.
Depois que o processo foi instaurado, outros elementos foram
incluídos. Houve inclusive o compartilhamento de provas da operação
lava-Jato por parte do juiz Sérgio Moro, que conduz as investigações em
Curitiba.
Os documentos atestariam que boa parte das doações eleitorais
registradas corresponde a propina acertada no esquema de desvio de
dinheiro da Petrobras. Há também indícios de que o marqueteiro João
Santana recebeu dinheiro de empreiteiras da Lava-Jato por serviços
prestados à campanha eleitoral petista.
O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário