“Eu odeio envelhecer”, diz o ator Arnold Schwarzenegger a Revista VEJA
Aos 70 anos, ele confessa que odeia ver seu bíceps diminuir enquanto envelhece e tem esperança no governo Trump, embora tenha votado em Hillary
![]() |
Schwarzenegger sobre Trump: “Todo dia eu rezo um pouco” - (Heitor Feitosa/VEJA.com) |
No seu primeiro livro, A Inacreditável História da Minha Vida, o senhor escreveu que tinha fome de sucesso. Do que essa fome se alimenta hoje?
Quando se fala de fome, é para muitas coisas. É ter fome por
um novo dia, por sucesso, por se tornar governador, por ser o campeão
mundial de fisiculturismo, por ter uma grande família. Pode ser qualquer
coisa. Eu me levanto pela manhã com entusiasmo e sempre com fome por um
novo dia. Eu estava na expectativa para vir ao Brasil, porque tenho
fome de promover o esporte. Tenho fome de promover o meio ambiente, não
apenas de fazer o corpo limpo, mas também de fazer o meio ambiente
limpo, de se livrar da poluição no mundo. Tenho fome por uma reforma
política, em que as eleições não sejam manipuladas pelos políticos mas
que seja feita de uma maneira que a democracia funcione. Sem querer ser
presunçoso, recomendo a todos que sempre tenham fome.
Embora não pareça, o senhor está com 70 anos. Como
alguém que começou a carreira como uma estrela do fisiculturismo lida
com o envelhecimento?
Eu odeio! É um desperdício. Me incomoda que quando eu vou
esquiar, pego o teleférico e lá do alto vejo aquelas árvores com 200
anos. Nós, com uns 80 anos sumimos da Terra. Odeio quando me olho no
espelho lembro que já tive um biceps de 54 centímetros e de repente ele
está com 45. Eu me pergunto ‘o que diabos aconteceu aqui’? Mas o que
podemos fazer é prolongar o processo de envelhecimento e treinar
regularmente para ter uma boa qualidade de vida. Então, hoje eu ainda
posso fazer tudo. Viajo, nado, esquio, ando de bicicleta, etc. Vai
ficando mais difícil, mas você pode fazer.
O senhor elogiou a imprensa durante a coletiva. Nos
Estados Unidos, porém, há uma guerra entre o poder e a imprensa. Como o
senhor vê esse cenário?
Tem boa e má imprensa como em qualquer outra atividade. Eu
fui e sou um produto da imprensa, então eu nunca viraria minhas costas à
imprensa. Sim, tem pessoas pessoas que escrevem a verdade, mas não
posso colocar todos no mesmo saco e dizer são todos ruins. Há muitos
grandes jornalistas e aprecio quando eles me ajudam nos meus filmes e na
minha carreira política. Eu gosto de todo artigo que escrevem a meu
respeito? Não, mas ok não é assim que você mudas as coisas.
Como republicano, o que sentiu quando soube da vitória de Donald Trump?
Eu senti… Ora, senti que foi uma pena que pela primeira vez
eu votei em um candidato que não venceu. Então, era só um candidato
diferente do que eu havia votado. O que é ok, seguimos em frente e
esperamos que ele comande o país da melhor maneira possível, que ele se
torne um verdadeiro líder. Se ele for bem-sucedido, todos seremos.
Espero que ele se dê bem, mas ele não for, serei o primeiro a reclamar e
a criticá-lo nas redes sociais.
O que o senhor espera de quatro anos do governo Trump?
Espero que nossa economia cresça e vá bem, que tenhamos uma existência
pacífica sem confrontos militares e que o mundo permaneça unido. Tenho
grande esperança e rezo para irmos na direção certa, porque afinal de
contas ele é nosso presidente.
O quão forte o senhor está rezando por Trump?
Ah… Todo dia um pouquinho (risos).
Ao longo da carreira, o senhor sempre foi auto-centrado e focado em ser o melhor. Há algum arrependimento ao longo do caminho?
Sou uma pessoa que foi muito longe na vida, e a razão é
que sempre tive muita gente comigo. Não existe nada do tipo ‘self-made
man’. Não existe. Muitas pessoas me ajudaram ao longo do caminho. Meus
pais me ajudaram a me tornar forte e seguro por dentro. Meus
treinadores e professores que me ensinaram. As pessoas que me ajudaram a
vir para os EUA, e as pessoas que me receberam de braço abertos.
Pessoas me ajudaram a entrar no mercado cinematrográfico. É uma lista
sem fim. E não posso esquecer das milhões de pessoas que votaram em mim
para me tornar governador. Todos recebemos muita ajuda e é preciso
reconhecer isso, porque quando se reconhece que você só existe por causa
da ajuda que teve, se começa a pensar em ajudar os outros. O mais
importante é ir e ajudar outras pessoas. É como o Arnold Classic, é tudo
para inspirar milhares de crianças no Brasil a pensarem ‘nós podemos!
Ele conseguiu. Vou para a academia malhar agora!’. Todos têm o direito
de fazer isso e aproveitar a vida como eu fiz.
Veja - Por Cláudio Rabin
Veja - Por Cláudio Rabin
Nenhum comentário:
Postar um comentário