Policiais do Espírito Santo retornam ao trabalho após acordo com movimento de esposas
O Comando da Polícia Militar (PM) do Espírito
Santo anunciou que todo o efetivo da corporação já retornou ao
trabalho, conforme as escalas de serviço. O fim do bloqueio da entrada
de batalhões por mulheres de soldados e oficiais após 21 dias de
ocupação foi acertado durante reunião entre manifestantes e
representantes do governo capixaba.
O encontro ocorreu na noite desta sexta-feira (24) e foi mediada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).
Segundo o comandante-geral da PM, coronel Nylton Rodrigues, os 3 mil
homens das Forças Armadas enviados ao estado para garantir a segurança
da população durante a crise vão permanecer por mais tempo, atuando de
acordo com o cronograma já em execução.
De acordo com o comando da PM, os policiais já vinham retornando à
rotina nas últimas três semanas. Antes da reunião com as mulheres dos
policiais e associações, o comando-geral da corporação contabilizava a
normalização dos serviços em 43 cidades capixabas. Mesmo assim, durante a
conversa, o comando aceitou algumas das reivindicações para que o grupo
encerrasse os protestos.
“A negociação aconteceu sempre. Nossa premissa número um era evitar a
utilização do uso progressivo da força. A premissa número dois era
resolver essa crise através da conversa, da negociação, do bom senso.
Isso tudo foi feito. Ontem, acordamos que não haverá nenhum tipo de
perseguição, que a conduta dos policiais será individualizada e que o
retorno ao trabalho vai colaborar para a defesa do policial”, disse o
comandante.
Punições
Segundo Rodrigues, os inquéritos policiais militares e procedimentos
administrativos instaurados contra PMs que ficaram sem trabalhar vão ser
apurados e transcorrerão normalmente, mas a volta ao trabalho será
levada em conta, podendo abrandar eventuais punições. O governo do
Espírito Santo também se comprometeu a discutir a retirada das ações
contra parentes de policiais. Além disso, o comandante-geral disse hoje
(25) à imprensa que vai tentar cancelar o afastamento dos policiais que
respondem a processos administrativos para que possam voltar a exercer
suas funções durante a apuração. Os PMs transferidos para outras cidades
também voltarão a suas unidades de origem.
“Nossa principal preocupação é o retorno da totalidade do
policiamento às ruas do estado, que é o que já está acontecendo”,
acrescentou o comandante, pedindo desculpas à população em nome da
corporação. “Estamos de volta, na nossa totalidade, e a população pode
voltar a contar com a PM, pois cumpriremos nossa missão.”
Durante a reunião na sede do MPT, o secretário de Direitos Humanos,
Júlio César Pompeu, disse que as negociações foram dificultadas pelo
tempo que durou o bloqueio aos batalhões porque o próprio movimento não
chegava a consenso sobre as reivindicações do grupo.
Agência Brasil
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