Mulher seminua, militante feminista, interrompe fala de líder política na França
Uma militante do movimento feminista Femen,
com os seios à mostra, interrompeu nesta quinta-feira (23) um
pronunciamento da líder ultradireitista francesa Marine le Pen à
imprensa antes de ser duramente rendida pelos seguranças do partido
Frente Nacional (FN).
“Marine feminista fictícia”, gritou a militante em uma luxuosa sala
da capital francesa onde Le Pen falava perante a imprensa e uma
representação diplomática de 50 países suas propostas em política
internacional caso chegue à presidência da França.
A jovem, que tinha esse mesmo slogan pintado no corpo nu, foi
rapidamente rendida pelos guarda-costas, que a levaram para uma sala ao
lado, mas ainda era possível escutar seus gritos.
Vários jornalistas tentaram acompanhar a jovem, mas os serviços de
segurança do partido impediram a passagem e obrigaram a imprensa a
voltar à sala da conferência. Segundo o FN, a manifestante foi trancada
em uma sala até que chegassem as forças da ordem.
Essa não é a primeira vez que o movimento Femen interrompe um discurso da líder ultradireitista, favorita para ganhar o primeiro turno das eleições presidenciais francesas, que será realizado no dia 23 de abril.
O coletivo denuncia a impostura das propostas de Le Pen para as mulheres e suas posições “fictícias” a favor do feminismo, como ter se recusado a colocar um véu islâmico há poucos dias durante a visita a uma mesquita no Líbano.
Além disso, com o uso da palavra “fictícia”, o grupo lembra que a líder da extrema direita francesa é alvo de uma investigação por empregos fictícios de seus assistentes parlamentares na Eurocâmara, pela qual seu chefe de gabinete foi acusado ontem.
Propostas
Le Pen apresentou as grandes linhas de seu programa em matéria de
política externa, que passam por defender a independência da França, se
aproximar da Rússia e do novo governo dos Estados Unidos e reformar
profundamente a construção europeia.
A líder ultradireitista criticou a atual política externa da França e
acusou o governo de ter entregue aos rebeldes sírios armas que podem
ter chegado aos terroristas do grupo Estado Islâmico.
“Quantos atentados na França poderiam ter sido evitados se fossem
mantidas as relações com os serviços secretos sírios?”, questionou Le
Pen.
Além disso, se comprometeu a “acabar com os tratados europeus
atuais”, que segundo Le Pen só beneficiam a Alemanha, e trabalhar “com o
resto das nações livres” para “construir uma Europa nova”.
G1
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