Emocionado na despedida, Barack Obama pede união pela democracia
KAMIL KRZACZYNSKI/EPA/LUSA/ Todos os Direitos Reservados

Obama falou no centro de convenções McCormick Place, o
maior dos Estados Unidos, perante 20 mil pessoas. Em alguns momentos, os
aplausos soaram tão alto que Obama teve de interromper a fala e se
esforçar para continuar.
O teor do discurso de Obama focou mais no
futuro do que nos feitos alcançados nos últimos oito anos. Em alguns
momentos, Obama lembrou conquistas alcançadas e disse que a população
ainda precisa superar os desafios raciais, políticos e econômicos
existentes. O presidente norte-americano disse que é possível vencer os
desafios. “Depois de oito anos como presidente, eu ainda acredito
nisso”. E prosseguiu: “E não é apenas a minha crença, é o coração
palpitante da nossa ideia americana – a nossa ousada experiência de
autogoverno”.
Sobre as questões raciais que ainda incomodam o povo
norte-americano, Obama disse que houve um progresso significativo nessa
tema nas últimas décadas. Mas, segundo ele, esse progresso não foi
suficiente para superar todos os problemas. Obama defendeu que acreditar
na superação seria “irrealista”.
“Temos de defender as leis
contra a discriminação, na contratação [trabalhista], na habitação, na
educação e no sistema de justiça criminal. Isso é o que exige nossa
Constituição e os ideais mais elevados. Mas as leis sozinhas não serão
suficientes. Os corações precisam mudar “, disse Obama.
Além da
questão racial, Obama citou a defesa dos direitos de outras minorias que
vivem no país. “Para negros e outras minorias, [nosso desafio]
significa amarrar nossas próprias lutas pela Justiça aos desafios que
muitas pessoas neste país enfrentam – não apenas os refugiados, os
imigrantes, os pobres rurais, os transgêneros americanos, mas também os
de meia-idade. O homem branco, de fora, pode parecer que tem todas as
vantagens, mas ele viu seu mundo revirado por mudanças econômicas,
culturais e tecnológicas”.
Obama falou também sobre as
desigualdades econômicas. “A desigualdade absoluta também é corrosiva
para nossos ideiais democráticos”, disse ao criticar a crescente
separação entre ricos e pobres nos Estados Unidos. “Enquanto a parte
superior de um 1% acumulou uma maior parcela de riqueza e renda, muitas
das nossas famílias, nas cidades e municípios rurais, foram deixadas
para trás. O trabalhador de fábrica despedido, a garçonete e os
trabalhadores de saúde que lutam para pagar as contas – convencidos de
que o jogo é fixado contra eles, que seu governo serve apenas os
interesses dos poderosos – isso é uma receita para mais cinismo e
polarização em nossa política “, disse ele.
Ao citar suas filhas e
a primeira-dama, Michelle Obama, o presidente se emocionou e agradeceu o
apoio da família durantes os oito anos de mandato. Ele encerrou o
discurso repetindo a frase que o consagrou em sua primeira campanha
eleitoral: sim, nós podemos (Yes, we can).
Agência Brasil
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