Ex-secretário de Sorocaba acha US$ 1 mil em aeroporto, não devolve e é detido
Publicado por:
Carlos Rocha

De acordo com o boletim de ocorrência, uma família que embarcaria
para os Estados Unidos no mesmo voo procurou a Polícia Civil informando a
perda de um envelope contendo U$ 1 mil e um documento de residência
permanente, o green card. Imagens do circuito interno mostraram que
Maldonado entregou à companhia aérea apenas o documento, ficando com o
dinheiro. Ao ser abordado já na sala de embarque, ele confirmou que
estava com os dólares e disse que pretendia devolvê-los mais tarde.
Levado à unidade da Polícia Civil, Maldonado recebeu voz de prisão e só
foi liberado após pagar fiança no valor de R$ 1,5 mil.
O episódio causou grande repercussão em Sorocaba, onde a família do
ex-secretário é muito conhecida. Sua mãe, a pastora evangélica Neusa
Maldonado, foi vereadora pelo PSDB até dezembro do ano passado, e
Rodrigo ocupou também a chefia do Serviço Autônomo de Água de Esgotos
(SAAE) no recente governo tucano. Em nota, ele reconheceu que tinha
cometido um “erro” ao não fazer a devolução imediata do dinheiro, mas
que ainda procuraria o dono. “Nesse momento fomos conduzidos à delegacia
onde, em nosso entendimento, erroneamente o fato foi tipificado como
furto”, alegou.
O delegado Oswaldo Diez, responsável pelo aeroporto, contesta a
intenção de devolução dos dólares. Segundo ele, Maldonado teria ido até o
banheiro do aeroporto, onde pôs as cédulas na carteira e jogou o
envelope vazio no lixo. “O encontro do numerário e do green card
aconteceu por volta das 6 horas e o embarque só aconteceria às 9,
portanto ele teve tempo hábil para proceder à devolução”, disse. De
acordo com Diez, somente no ano passado, 39 pessoas devolveram dinheiro
achado no aeroporto.
O advogado do ex-secretário, Carlos Eduardo Gomes Belmello, disse que
ele e a família estão sendo “extremamente” prejudicados pelo
entendimento da Polícia Civil. “Ele não cometeu qualquer ilícito, pois
sua intenção era entregar o dinheiro encontrado e, pela lei, tinha até
15 dias para isso. Só não o fez antes exatamente por ter sido
interpelado primeiro por policiais, aos quais entregou o valor
encontrado.” O advogado disse esperar que o Ministério Público decida
pelo arquivamento do inquérito. Segundo ele, pessoas que estão usando
redes sociais para emitir juízo a respeito do caso podem ser processadas
por difamação ou calúnia. “Ele está há mais de 20 anos na vida pública,
sem ter havido qualquer fato que pudesse manchar sua reputação.”
Créditos: Estadão Conteúdo
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