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O ministro do STF Teori Zavascki, em Brasília, no dia 31 de março de 2016 |
O
Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu, nesta segunda-feira, os
documentos com as confissões dos 77 executivos da empreiteira Odebrecht
envolvidos no esquema de corrupção na Petrobras, as chamadas "delações
do fim do mundo" por seu potencial avassalador.
"Os documentos chegaram pela manhã, estão em uma sala-cofre", disse à AFP a assessoria de imprensa do STF.
As
delações premiadas foram conseguidas pelos procuradores da 'Operação
Lava Jato' que investiga o esquema de corrupção na Petrobras em troca da
redução das penas dos envolvidos.
O
ministro Teori Zavascki, relator do caso no STF, deverá agora
homologá-las ou invalidá-las. Sua decisão será conhecida em fevereiro,
depois do recesso do Judiciário, que começa na terça-feira.
Porém,
dificilmente a sala-cofre evitará novos vazamentos de informações como
as que, na semana passada, colocaram o presidente Michel Temer, além de
vários de seus ministros e legisladores de sua base de governo na mira
por supostamente terem aceito dinheiro da Odebrecht para o financiamento
de campanhas eleitorais em 2014.
Temer assegura que somente recebeu doações lícitas registradas na justiça eleitoral.
A
partir de outro vazamento, o jornal O Estado de S. Paulo noticiou nesta
segunda-feira que a campanha de Dilma Rousseff e Michel Temer recebeu
dinheiro de "Caixa 2". O caso deve se juntar aos que a justiça eleitoral
já analisa e poderia levar à anulação daquelas eleições.
Os
primeiros vazamentos revelaram também que a Odebrecht e outras
construtoras subornavam políticos não apenas para ganhar licitações na
Petrobras, como para obter leis e decretos favoráveis a seus negócios.
Políticos e juristas indicaram que os vazamentos poderiam invalidar algumas confissões.
Outra denúncia contra Lula
O caso envolve políticos de praticamente todos os partidos.
O
juiz Sérgio Moro, a cargo do julgamento daqueles que não possuem foro
privilegiado, aceitou nesta segunda-feira uma nova denúncia contra o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quinta, sob a acusação de
corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Segundo
esta última denúncia, Lula participou de uma rede que desviava de 2% a
3% dos contratos assinados entre a Odebrecht e a Petrobras. O montante
total do desvio superaria os 75 milhões de reais.
Mas
Lula nega terminantemente qualquer envolvimento e denuncia uma
insistência judicial contra ele para impedir sua eventual candidatura às
eleições de 2018.
No
mesmo caso foram envolvidas outras oito pessoas, entre elas seu
advogado Roberto Teixeira, sua esposa, Marisa Letícia, e o ex-presidente
da Odebrecht, Marcelo Odebrecht.
Este
último, que desde 2015 cumpre pena de 19 anos de prisão, está na lista
de delatores. Suas confissões poderiam diminuir consideravelmente sua
pena.
A
justiça também impôs a Odebrecht, que chegou a ser uma das maiores
empreiteiras da América Latina, uma multa de 6,8 bilhões de reais,
divididos em 20 anos.
No início do mês, a empresa pediu desculpas públicas por suas "práticas impróprias".
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