Após recuo do TCU, governo transfere R$ 4,5 bi da repatriação para municípios
O
Tesouro Nacional confirmou ter emitido ontem (29) as ordens de
pagamento referentes a R$ 4,5 bilhões para fortalecer as contas dos
municípios, após o Tribunal de Contas da União (TCU) recuar de decisão
que impedia o repasse do dinheiro.
Os recursos são provenientes
das multas pagas por contribuintes que regularizaram ativos mantidos no
exterior, no programa que ficou conhecido como repatriação. Apesar de
ser depositado hoje (30), os muncípios só poderão ter acesso ao dinheiro
no dia 2 de janeiro, pois nesta sexta-feira os bancos encontram-se
fechados ao público.
Fechamento do orçamento anual
Os
prefeitos têm pressa para receber o dinheiro para poder contabilizá-lo
ainda nos orçamentos municipais deste ano. Segundo o presidente da FNP,
Marcio Lacerda, prefeito de Belo Horizonte que deixa o cargo no próximo
domingo, entre 3 mil e 4 mil municípios não conseguiriam cumprir a Lei
de Responsabilidade Fiscal caso não recebessem o reforço de caixa.
Na
manhã de ontem (29), representantes da Frente Nacional dos Prefeitos
(FNP) foram surpreendidos durante reunião com o presidente Michel Temer,
ao serem informados que uma decisão do TCU havia travado o cronogama do
repasse.
Em atendimento a uma representação do Ministério Público
do Maranhão, o presidente do TCU, ministro Raimundo Carreiro, entendeu
que a transferência do dinheiro só poderia ser feita em 2017, pelo fato
do dia 30 de dezembro ser feriado bancário.
Os prefeitos saíram do
Palácio do Planalto diretamente para uma reunião no TCU, na qual
pediram a Carreiro que revisse sua decisão. Eles alegaram que, apesar de
fechados ao público, os bancos possuem expediente interno, permitindo a
movimentação entre contas oficiais. Após um agravo apresentado pela
Advocacia-Geral da União (AGU), o ministro voltou atrás e autorizou a
transação.
A AGU argumentou que a não transferência poderia afetar
a ordem pública, sob o risco de impedir a continuidade de serviços
prestados pelas prefeituras, e acarretaria prejuízo ao cofres da União,
pois se o depósito fosse realizado apenas no próximo ano, o governo
teria que desembolsar mais R$ 100 milhões a título de juros pelo atraso.
Agência Brasil

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