Operação Lava Jato: parlamentares pediram mais de R$ 5 mi para livrar empreiteiros
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16.jul.2014 – CPMI da Petrobras teve o ex-senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) como presidente (esquerda) e o deputado Marco Maia (PT-RS) como relator |
A Polícia Federal cumpre nove mandados de
busca e apreensão na manhã desta segunda-feira (5) em um desdobramento
da Operação Lava Jato. Os alvos são o deputado federal Marco Maia
(PT-RS), ex-presidente da Câmara, e o ministro do TCU (Tribunal de
Contas da União) Vital do Rêgo (PMDB-PB), que exerceu mandato de senador
até dezembro de 2014.
Esta etapa, batizada de “Deflexão”, foi
pedida pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e autorizada
pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Teori Zavascki, que
expediu os mandados.
As diligências foram realizadas por policiais
federais acompanhados por membros do Ministério Público Federal e por
auditores da Receita Federal.
Os investigadores apuram a
solicitação, por parlamentares, de contribuição de empresários –“o clube
das empreiteiras”, segundo a PGR (Procuradoria-Geral da
República)– para que não fossem convocados a prestar depoimento na
CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Petrobras), instalada
em 2014. Os executivos apontaram repasses de mais de R$ 5 milhões para
evitar retaliações e contribuir para campanhas eleitorais, segundo a
PGR.
O nome da operação, “Deflexão”, faz referência ao verbo defletir, que significa provocar mudança ou alteração no posicionamento normal de algo. “Uma alusão ao fato de que, mediante propina, empreiteiros investigados passaram à condição de blindados de uma eventual responsabilização”, informa a PF.
O nome da operação, “Deflexão”, faz referência ao verbo defletir, que significa provocar mudança ou alteração no posicionamento normal de algo. “Uma alusão ao fato de que, mediante propina, empreiteiros investigados passaram à condição de blindados de uma eventual responsabilização”, informa a PF.
Os mandados são cumpridos em
Brasília, Paraíba e Rio Grande do Sul, nos endereços pessoais,
funcionais e empresariais relacionados a dois investigados: o deputado
federal Marco Maia e o ministro do TCU Vital do Rêgo Filho,
respectivamente relator e presidente da CPMI da Petrobras em 2014.
Em
setembro, o empreiteiro Leo Pinheiro, da OAS, acusou o deputado federal
Marco Maia (PT-RS) de ter pedido R$ 1 milhão em troca de proteção
na CPMI. Na ocasião, Maia disse que as declarações do empreiteiro em
depoimento ao juiz federal Sérgio Moro eram “mentirosas, fruto de
retaliação de um criminoso” por ele indiciado na comissão parlamentar.
Em
razão das mesmas irregularidades, o ex-senador Gim Argello,
vice-presidente da CPMI à época, foi condenado a 19 anos de reclusão
pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro pela 13ª Vara
Federal de Curitiba.
Sobre Rêgo, Pinheiro disse no depoimento a
Moro que o então senador esteve numa reunião com ele, o ex-senador Gim
Argello (PTB-DF) e o ex-ministro Ricardo Berzoini. Eles teriam tratado
de uma blindagem ao governo e às empreiteiras. Rêgo afirmou, na época em
que a informação foi divulgada, que “jamais negociou, com quem quer que
seja, valores relacionados a doações ilícitas de campanhas eleitorais
ou qualquer tipo de vantagem pessoal”.
Maia e Rêgo também foram
acusados pelo ex-senador Delcídio Amaral de receber propina para não
envolver alguns empreiteiros nas investigações. O procurador-geral da
República, apresentou em maio um pedido de investigação ao STF contra
Vital do Rêgo e Maia com base em denúncias feitas pelo ex-senador
Delcídio do Amaral em delação premiada no âmbito da Lava Jato.
O UOL tenta contato tanto com o deputado quanto com o ministro do TCU sobre a operação desta segunda-feira.
Uol
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