Ex-governador Sérgio Cabral vira réu em nova ação da Operação Lava Jato
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Ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e mais cinco viram réus na Lava Jato |
O
juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas ações em primeira instância
da Operação Lava Jato, acatou nesta sexta-feira (16) a denúncia contra o
ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral e mais cinco pessoas,
oferecida hoje pelo Ministério Público Federal (MPF). Cabral é acusado
por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Mais seis pessoas estão
envolvidas na acusação, todas tornaram-se réu da operação.
Segundo
o MPF, os citados tiveram envolvimento no pagamento de vantagens
indevidas no contrato firmado entre a Petrobras e o Consórcio
Terraplanagem Comperj, com as empresas Camargo Corrêa e Queiroz Galvão.
Cabral teria recebido R$ 27 milhões em propina.
De acordo com
Moro, a a denúncia não contém qualquer afirmação ou prova de que
empresas fornecedoras dos bens ou serviços teriam participado,
conscientemente, dos crimes de lavagem, nem afirmação nesse sentido em
relação as duas aludidas arquitetas.
Conforme
o documento, também foram denunciados nesta ação penal a esposa de
Cabral, Adriana Ancelmo, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro; o
ex-secretário do governo do Rio de Janeiro, Wilson Carlos, por corrupção
passiva e lavagem de dinheiro, a esposa do ex-secretário Mônica
Carvalho, por lavagem de dinheiro, o sócio do ex-governador Carlos
Emanuel Miranda, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, os
empresários ligados a Andrade Gutierrez Rogério Nora e Clóvis primo, por
corrupção ativa . Entre os denunciados apenas Mônica Carvalho, Rogério
Nora de Sá e Clóvis Primo são os únicos que estão em liberdade.
Moro
não acatou a denúncia contra Rogério de Sá, alegando que: “salvo
previsão específica, o acordo não impede o oferecimento, sem prejuízo da
eventual concessão dos benefícios na sentença quando será examinada a
efetividade da colaboração.”
O magistrado também questionou o MPF
por não ter oferecido denuncia contra o operador Alberto Quintaes, que
“aparentemente” teria participado dos crimes. De acordo com Moro, o MPF
deve prestar esclarecimentos em até cinco dias. No indiciamento, a PF
cita depoimentos de executivos da empreiteira Andrade Gutierrez que
mencionam pagamentos feitos operacionalizados por Quintaes.
A Polícia Federal (PF) indiciou os acusados na última quarta-feira (14).
No despacho, Moro decidiu que o processo deve tramitar sem sigilo.
Operação Calicute
O
ex-governador do Rio está preso desde o dia 17 de novembro após a
deflagração da Operação Calicute, um desdobramento da Lava Jato no Rio
de Janeiro. A operação tem como objetivo investigar o desvio de recursos
públicos federais em obras realizadas pelo governo do Rio de Janeiro.
O
prejuízo estimado é superior a R$ 220 milhões. Cabral ficou preso no
Rio e foi transferido por ordem do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara
Federal Criminal do Rio de Janeiro, após suspeitas de que ele estaria
recebendo visitas irregulares, para a carceragem da PF em Curitiba no
último sábado (10).
As investigações apontam que o
ex-governador chefiava o esquema de corrupção e pagamento de propina nas
obras tocadas pela empreiteira Andrade Gutierrez. Além de Cabral, dez
pessoas foram presas no dia da operação e, nesta semana, a advogada
Adriana Ancelmo, mulher de Cabral, também foi detida.
Cabral também já foi denunciado no Rio de Janeiro.
Uol
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