Deputados pedem impeachment da presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye

O
texto, que acusa Park de ter violado a Constituição e de crimes penais
por não ter protegido o povo da corrupção e do abuso de poder, será
votado na sexta-feira na Assembleia Nacional.
Se a moção for
aprovada, o Tribunal Constitucional deverá aprová-la, e, caso faça isso,
Park se tornará a primeira presidente sul-coreana eleita
democraticamente a não terminar seu mandato de cinco anos.
A
presidente disse que aceitaria uma destituição parlamentar, mas que
seguiria no cargo durante a análise do Tribunal Constitucional, um
processo que pode durar meses.
Durante este período ficaria suspensa de suas funções, que seriam assumidas pelo primeiro-ministro.
Durante este período ficaria suspensa de suas funções, que seriam assumidas pelo primeiro-ministro.
O
processo é o resultado de semanas de crise, com milhares de pessoas
saindo às ruas para pedir que os partidos políticos destituíssem Park
caso ela se recusasse a renunciar.
A pressão da opinião pública
foi crucial para que um número suficiente de deputados do partido
conservador da presidente, o Saenuri, decidissem apoiar a moção junto à
oposição. Para ser aprovada, precisa de dois terços dos votos do
Parlamento.
Na semana passada, o texto tinha o apoio de 171
deputados independentes e de oposição de um total de 300, e ainda
faltava o apoio dos 29 membros do Saenuri, que agora parecem estar
dispostos a votar a favor da medida.
“O processo de destituição e
seu resultado estabelecerão novas normas para a governança do Estado”,
disse Kim Moo-sung, líder dos deputados rebeldes.
“Estou certo de que os abusos de poder diminuirão”, acrescentou.
A principal formação de oposição, o Partido Democrático, se negou a prever o resultado da votação, mas parece otimista.
O
caso que abala a política sul-coreana gira em torno de Choi-Soo-sil,
confidente e amiga íntima da presidente, que teria usado sua influência
sobre ela para enriquecer e manipular suas decisões políticas.
Chamada
de “Rasputina” pela imprensa, Choi Soon-sil foi detida em novembro e
está esperando para ser julgada por coação e abuso de poder.
Os
deputados também acrescentaram como motivo para apoiar a moção de
destituição seu papel após o naufrágio de uma balsa em 2014, tragédia em
que 304 pessoas morreram, em sua maioria estudantes.
A gestão do
governo da catástrofe foi muito criticada e a imprensa pergunta por que
Park demorou sete horas desde o momento do naufrágio para realizar a
primeira reunião do governo sobre o tema.
Os meios de comunicação
citam diferentes teorias, nenhuma delas confirmada, como, por exemplo,
que Park estava em um relacionamento amoroso, realizando um ritual
xamânico, em uma operação de cirurgia estética ou cortando o cabelo.
A
Casa Azul, sede da presidência sul-coreana, desmentiu todas as teorias,
mas não explicou até hoje onde a presidente estava no dia da tragédia.
A
moção de destituição acusa Park de não ter reagido de maneira adequada
ao naufrágio, violando seu dever constitucional de proteger a vida de
seus cidadãos.
UOL
Nenhum comentário:
Postar um comentário