'Boca mole': deputado Heráclito Fortes se diz feliz com apelido da Odebrecht

Héraclito Fortes fez uma
brincadeira com a lista apresentada pelos executivos da Odebrecht. “Eu
fiquei muito triste. Eu só valia R$ 100 mil, com tudo que eles
disseram”, disse o parlamentar. O deputado federal também comentou
sobre seu apelido na lista. “Eu fiquei alegre porque me chamaram de boca
mole. Era o apelido que os militares tratavam nas mensagens cifradas o
doutor Tancredo na reabertura democrática”, afirmou.
O deputado
federal foi um dos 51 políticos de 11 partidos que foram citados por
Cláudio Melo Filho, ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht..
Entre as citações estão políticos do PMDB, do PSB e do PP. Na lista apresentada pelo delator há valores e motivação de repasses para os políticos, alguns através de doações eleitorais oficiais e outras através de propina ou caixa 2.
O
parlamentar diz que a presença na lista não afeta sua imagem pública.
“Eu tenho uma imagem de 34 anos de mandato e 40 anos de vida pública. As
pessoas conhecem cada um e em nenhum momento o delator diz que fiz
negócios”, disse. Heráclito Fortes negou ainda que a lista prove algum
negócio escuso em que ele esteja envolvido. “O delator não diz que
troquei emendas, nada. Ele apenas diz que eu sou uma pessoa influente e
que era vantagem para a empresa ter próximo a eles um deputado como
Herálito Fortes”, declarou.
O deputado citou ainda que sua relação
mais próxima com a Odebrecht aconteceu quando entre os anos de 2003 e
2010 quando foi senador e membro da Comissão de Assuntos Exteriores.
Heráclito Fortes disse que na época um funcionário da empreiteira
desapareceu no Iraque e ele interviu enviando um embaixador ao país.
“Uma
coisa que me deixa muito feliz é que ele (Claúdio Melo) cita um
episódio que envolvia um funcionário da Odebrecht. Eu era membro da
Comissão de Assuntos Exteriores e desapareceu um funcionário no Iraque.
Cobrei uma solução e foi enviado o embaixador ao Iraque que trouxe o
atestado de óbito. Eu não fiz pela Odebrecht. Fiz pela família”,
explicou.
Heráclito Fortes diz que é preciso que as investigações
avancem mais rápido e disse que os casos de corrupção estão ligados ao
governo passado. “É preciso que se lave isso, se tire essa sujeira de
uma vez por todas e quem tiver culpa que pague”, afirmou o deputado
federal defendendo também investigações sobre o presidente Michel Temer
(PMDB).
Questionado se faltam ainda elementos de prova, o
parlamentar se esquivou. “Eu não sou investigador e não tenho a menor
condição de dizer isso. Agora, que tem coisas esquisitas, tem”, disse.
Segundo
o deputado federal, a Operação Lava Jato começou tarde. “Devia ter
vindo há muito mais tempo. É uma vergonha o que sempre aconteceu no
Brasil”, comentou. Heráclito Fortes afirmou que a Lava Jato
influenciou, inclusive, na tramitação do Orçamento para 2017. “Depois de
muito anos tivemos a aprovação de um orçamento tranquilo que foi o
desse ano porque os lobistas das empreiteiras não estavam no Congresso
pressionando os parlamentares”, falou.
G1
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