Operação Lava Jato vai dobrar de tamanho com delação da empreiteira Odebrecht
A delação da maior empreiteira do País vai
revelar a atuação de empresas, políticos, partidos e agentes públicos em
esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro em negócios com o governo
federal ainda desconhecidos pela Justiça.
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| Marcelo Odebrecht |
Em
fase de conclusão com a Procuradoria-Geral da República (PGR), a
delação premiada de executivos da Odebrecht vai ampliar o volume de
trabalho da Operação Lava Jato. A força-tarefa formada por Ministério
Público Federal, Polícia Federal e Receita verá mais do que duplicar o
número de inquéritos, agentes e empresas sob suspeita, e valores
desviados.
Com 250 denunciados em 54 ações penais, dos quais 82 já condenados a mais de 1 mil anos de prisão, e R$ 6,4 bilhões de propina identificados no esquema de formação de cartel, desvios e corrupção na Petrobrás, o MPF se prepara para novas frentes de investigação.
Com 250 denunciados em 54 ações penais, dos quais 82 já condenados a mais de 1 mil anos de prisão, e R$ 6,4 bilhões de propina identificados no esquema de formação de cartel, desvios e corrupção na Petrobrás, o MPF se prepara para novas frentes de investigação.
A delação da maior empreiteira do País vai revelar a atuação de
empresas, políticos, partidos e agentes públicos em esquemas de
corrupção e lavagem de dinheiro em negócios com o governo federal ainda
desconhecidos pela Justiça.
Obras de aeroportos, rodovias, metrôs, usinas de energia, estádios da
Copa, contratos nos setores petroquímico, de saneamento, de defesa,
negócios com fundos de pensão e operações com o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vão dar nova dimensão ao
escândalo da Petrobrás, avaliam investigadores, advogados e
profissionais com acesso às negociações com a empreiteira.
Contratos da Petrobrás em áreas que ainda não foram alvo ou não
tiveram aprofundamento nas investigações, como os de exploração e
produção de petróleo e também de gás natural, devem permanecer nos
inquéritos de Curitiba, sob a guarda do juiz federal Sérgio Moro. São
todos negócios citados nas tratativas da delação da Odebrecht.
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| Anotações |
Outro setor importante que entrará no
foco de atuação da Operação Lava Jato é o de petroquímica. Os negócios
da Braskem, maior empresa da área na América Latina, formada em
sociedade entre Odebrecht e Petrobrás, serão o centro dessa nova frente
de apuração dos investigadores da capital paranaense.
Nos anexos apresentados pelos advogados da construtora, os executivos
confirmam que a Braskem foi uma das principais unidades do grupo a
colocar dinheiro no “caixa” do Setor de Operações Estruturadas – o
“departamento da propina”.
Os delatores já confessaram que o setor funcionava dentro do
organograma da empreiteira para efetuar lavagem de recursos e pagamento
de propinas e caixa 2 para políticos e também agentes públicos.
Pelo País. A mais longa e difícil das 70 delações da
Lava Jato fechadas em dois anos e oito meses de investigações resultará
em inquéritos e processos também em outros Estados. Com a decisão do
Supremo Tribunal Federal (STF), do início deste ano, de que crimes
cometidos fora da Petrobrás seriam remetidos para os Estados de origem
do delito, a previsão é de que novas forças-tarefa exclusivas e
integradas pelas três instituições sejam reproduzidas em outros
localidades do País, como já ocorre no Rio.
O Estado
apurou, com envolvidos nas negociações, que o conteúdo das revelações do
presidente afastado do grupo, Marcelo Odebrecht – preso em Curitiba
desde junho do ano passado –, e seus subordinados na delação confirma a
tese da denúncia feita contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
de que a sistemática de desvios e pagamento de propina descoberta na
Petrobrás foi “profissionalizada” e virou a “regra do jogo” nos
contratos assinados entre empresas e governo federal.
Iniciada em março de 2014, a força-tarefa já mirou negócios de R$ 200 bilhões
da Petrobrás. Os principais focos de investigação foram contratos para
construção de refinarias e plataformas nos governos Lula e Dilma
Rousseff – um universo de negócios fechados com 28 empresas entre 2004 e
2014.
Estadão


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