Líderes da Rede Sustentabilidade anunciam desfiliação e criticam Marina Silva
Sete
intelectuais anunciaram nesta segunda-feira – dia seguinte ao primeiro
turno das eleições municipais – que estão se desfiliando da Rede
Sustentabilidade. A principal crítica feita foi à ex-senadora Marina
Silva, líder política da legenda.
Luiz Eduardo Soares, Miriam
Krenzinger, Marcos Rolim, Liszt Vieira, Tite Borges, Carla Rodrigues
Duarte e Sonia Bernardes classificaram o rumo que o partido tomou como
“frustrante e melancólico”.
“Por conta da reduzida definição
política, a REDE tem se construído como uma legião de pessoas de boa
vontade e nenhum rumo. Um partido cuja coesão depende exclusivamente de
uma liderança, mesmo que ela tenha a admirável e extraordinária dimensão
humana de Marina, não é sustentável”, diz o texto.
A
decisão de apoiar o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff também
foi alvo de críticas do ex-integrantes do partidos. Eles disseram que o
partido se aliou ao movimento que entregou o governo ao PMDB a políticos
envolvidos da Operação Lava Jato, comprometidos em aplicar políticas
“radicalmente contrárias” ao que acreditaram ser os valores da sigla.
“Por mais desastroso que fosse o governo Dilma (e o era) e por piores
que fossem os crimes perpetrados por políticos do PT (e muitos deles o
foram concretamente), o fato é que não foram esses os motivos que
pautaram o processo de impedimento.”
“A direção nacional da REDE
pretendeu se somar ao impeachment em nome da bandeira, ‘Nem Dilma, nem
Temer’, indicando que o próximo passo haveria de ser dado pelo TSE, com a
cassação da chapa Dilma- Temer. Uma estratégia tão inverossímil quanto
ingênua e equivocada. A hipótese TSE só haveria se o impeachment não
passasse; só não via essa realidade quem não quisesse – e não faltaram
os alertas”, escreveram os intelectuais.
Porto Alegre
Os
ex-integrantes do partido também criticaram o fato de a Rede ter se
aliado ao PMDB na chapa do vice-prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo
(PMDB), que tenta o cargo de prefeito, em vez de ter formado coligação
com Luciana Genro do PSOL. Segundo eles, esse foi um exemplo
“lamentável” do “deslocamento político da Rede em direção ao bloco
hegemônico”.
Por fim, os ex-integrantes disseram que o debate
interno do partido “é uma ficção”, que repete “a doença senil dos
partidos” e que esperam que a carta “contribua para a reflexão interna
da REDE”.
Veja
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