Empresário ofereceu garotas de programa brasileiras para obter obras na Itália
A Itália
prendeu nesta quarta-feira ao menos 35 pessoas suspeitas de corrupção,
formação de quadrilha e extorsão em contratos para a realização de
grandes obras no país. Para conseguir contratos de licitações para a
construção de túneis no norte do país, alguns dos empresários detidos
não pagavam apenas propinas, mas também ofereciam garotas de programa
brasileiras aos responsáveis pelo consórcio.
As prisões foram feitas durante duas
grandes operações de investigação. Uma delas, que envolvia a troca dos
direitos de construção por noites com acompanhantes, resultou na prisão
de 14 pessoas por suspeita de corrupção nas obras de um ramal
ferroviário em Gênova. Apelidada de “Terceira Passagem”, a linha
conectará a capital da Ligúria aos principais trechos de alta velocidade
do norte da Itália e deve ser concluída em 2021, com custo estimado em
mais de 6 bilhões de euros. O ramal terá 53 km, dos quais 37 km serão em
túneis.
As sociedades Europea 92 e Cipa
foram acusadas de pagar propina e oferecer garotas de programa aos
responsáveis pelo consórcio. Em um grampo divulgado pela Promotoria de
Gênova, o administrador da Europea 92, Marciano Ricci, diz a Giulio
Frulloni, funcionário do Cociv: “Eu tenho duas amigas brasileiras, faço
elas irem diretamente ao hotel… Você gosta de brasileiras?”. Frulloni
então responde: “Não, me dão nojo”. Em seguida ele acrescenta que
prefere mulheres de pele clara.
Outras 21 pessoas foram presas em
uma operação apelidada de “Amalgama”, comandada pelo Ministério Público
de Roma. As detenções foram efetuadas em oito regiões do país: Lazio,
Lombardia, Piemonte, Ligúria, Toscana, Abruzzos, Úmbria e Calábria.
Segundo o inquérito, os suspeitos teriam agido para fraudar licitações e
conseguir subcontratos ligados às três obras.
Entre os projetos investigados estão
a construção de uma linha ferroviária de alta velocidade entre Milão e
Gênova, de um trecho da rodovia entre Salerno e Reggio Calabria e de uma
rede de veículo leve sobre trilhos (VLT) em Pisa.
Fonte VejaOnline com ANSA
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