Policiais do Senado rastrearam escutas para Gleisi Hoffmann e Edison Lobão Filho
Os
senadores Lobão Filho (PMDB-MA), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Fernando
Collor (PTC-AL), Edison Lobão (PMDB-MA) e o ex-senador José Sarney (PMDB-AP), investigados na Operação Lava-Jato, utilizaram os serviços
de contrainteligência da Polícia Legislativa do Senado para rastrear
eventuais escutas em imóveis particulares, segundo investigação da
Operação Métis, deflagrada na manhã desta sexta-feira.
Quatro policiais do Senado,
responsáveis pela varredura, foram presos sob suspeita de obstrução da
Lava-Jato. “A deliberada utilização de um equipamento sofisticado, de
propriedade do Senado Federal, utilizando recursos públicos, passagens
aéreas custeadas pelo Erário e servidores concursados, em escritórios ou
residências particulares, não possui outro objetivo senão o de
embaraçar a investigação de infração penal que envolve organização
criminosa”, diz um documento da investigação.
O inquérito foi instaurado a partir
de uma delação premiada feita por um policial legislativo. O colaborador
revelou que em ao menos quatro ocasiões foram utilizados equipamentos
do Senado e recursos públicos para fazer varreduras em imóveis
funcionais e particulares de três senadores e um ex-parlamentar, alvos
da Lava-Jato. O objetivo era realizar uma operação de
contrainteligência. Em pelo menos duas ocasiões, os servidores se
deslocaram para as cidades de São Luis, no Maranhão, e Curitiba, no
Paraná.
Ao todo, a PF cumpriu nove mandados
judiciais, todos em Brasília, sendo quatro de prisão temporária e cinco
de busca e apreensão, um deles nas dependências da Polícia do Senado. Os
mandados foram expedidos pela 10º Vara Federal do Distrito Federal.
De acordo com a PF, foram obtidas
provas de que o grupo, liderado pelo diretor da Polícia do Senado, tinha
a finalidade de criar embaraços às ações investigativas envolvendo
três senadores e um ex-parlamentar. Durante uma operação de busca e
apreensão na residência da senadora Gleisi Hoffmann, o diretor da
Polícia do Senado ordenou que os policiais da Casa intimidassem agentes
da Polícia Federal, que cumpriam ordem judicial.
Os investigados responderão pelos
crimes de associação criminosa armada, corrupção privilegiada e embaraço
à investigação de infração penal que envolva organização criminosa. As
penas somadas podem chegar a catorze anos e seis meses de prisão, além
de multa.
O nome da operação faz referência à deusa grega da proteção e da prudência, com a capacidade de antever acontecimentos.
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