Ex-ministro da Casa Civil José Dirceu alega que família passa por dificuldade
O ex-ministro
José Dirceu, preso na Operação Lava Jato, pediu ao juiz Sérgio Moro que o
coloque em liberdade. Nesta sexta-feira (21), Dirceu prestou um novo
depoimento ao magistrado e negou as acusações de que tenha recebido
propina por parte de fornecedores da Petrobras. Moro negou o pedido.
No
depoimento, Dirceu alegou que precisava trabalhar para sustentar a
família. “Eu tenho mais de 70 anos, tenho uma filha menor, eu preciso
trabalhar. Porque a realidade, o senhor sabe disso, a realidade da minha
família toda é de dificuldade financeira. Eu não estou dizendo isso
para [o senhor] ter piedade de ninguém, porque a responsabilidade é
minha pelo que aconteceu. Eu estou dizendo isso porque são fatos
subjetivos, para não passar para opinião pública a ideia de que eu tenho
renda, sou rico”, afirmou.
O ex-ministro também afirmou que não
tem condições de atrapalhar as investigações da Lava Jato. “Não é crível
que alguém acredite que eu vou fugir ou obstruir a Justiça, ou muito
menos que eu vou ameaçar na situação em que estou”, disse.
Apesar
do pedido, Moro disse que já se posicionou sobre a manutenção da prisão.
“O senhor tem um advogado competente, que está pleiteando a liberdade
para o senhor nas instâncias recursivas, mas o meu posicionamento eu já
coloquei nesse caso”, respondeu o juiz.
Dirceu ainda negou que
tenha recebido R$ 2,1 milhões em propinas, em um contrato para o
fornecimento de tubos para a Petrobras. O contrato é do ano de 2009,
quando Dirceu já não ocupava mais nenhum cargo público. “Considero a
denúncia completamente inepta. Eu não sei porque que eu estou sendo
relacionado com esse contrato”, disse.
De acordo com o Ministério
Público Federal (MPF), o ex-ministro não recebeu toda a propina em
dinheiro, mas em horas de voo em um avião particular, que pertence ao
empresário Júlio Camargo. As horas de voo são equivalentes a R$ 1,4
milhão.
O próprio Júlio Camargo contou a história, no acordo de
delação premiada que fechou com o MPF. Segundo o empresário, foram 113
viagens, entre novembro de 2010 e julho de 2011.
No entanto,
Dirceu lembrou que Júlio Camargo usou as mesmas acusações para dizer que
o ex-ministro recebeu propina. “No processo a que nós estamos
respondendo aqui, seu Julio Camargo jamais me repassou recursos com
relação à Apolo [Tubulars, empresa suspeita de fazer os pagamentos de
propina]. O avião não tem relação. Eu quero destacar novamente que o
avião já está pago, segundo ele, lá na Engevix, em que ele põe R$ 3
milhões mais R$ 1 milhão do avião. Agora, o avião aparece de novo”,
pontuou.
Condenação
José Dirceu já foi condenado em outro processo da Operação Lava Jato. O juiz Sérgio Moro determinou que ele cumpra 20 anos de cadeia. Embora tenha recorrido, o ex-ministro segue preso preventivamente.
Duque fica calado
Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, que também é réu neste mesmo processo de José Dirceu, foi outro a prestar depoimento nesta sexta-feira. No entanto, ele preferiu se manter em silêncio e não respondeu às perguntas do juiz Sérgio Moro. “Meritíssimo, eu quero reiterar a minha disposição total de colaborar com a Justiça, mas, no momento, por orientação do meu advogado, eu vou permanecer calado”, afirmou.
Condenação
José Dirceu já foi condenado em outro processo da Operação Lava Jato. O juiz Sérgio Moro determinou que ele cumpra 20 anos de cadeia. Embora tenha recorrido, o ex-ministro segue preso preventivamente.
Duque fica calado
Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, que também é réu neste mesmo processo de José Dirceu, foi outro a prestar depoimento nesta sexta-feira. No entanto, ele preferiu se manter em silêncio e não respondeu às perguntas do juiz Sérgio Moro. “Meritíssimo, eu quero reiterar a minha disposição total de colaborar com a Justiça, mas, no momento, por orientação do meu advogado, eu vou permanecer calado”, afirmou.
G1
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