sábado, 22 de outubro de 2016

Moro nega pedido de liberdade a Dirceu

Ex-ministro da Casa Civil José Dirceu alega que família passa por dificuldade

DF - MENSALÃO/JOSÉ DIRCEU/PRISÃO DOMICILIAR - POLÍTICA - O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu,   condenado no processo do mensalão, é visto   saindo do Centro de Progressão Penitenciária   (CPP), em Brasília, rumo ao seu trabalho em   um escritório de advocacia. O ministro Luís   Roberto Barroso, do Supremo Tribunal   Federal (STF), autorizou que Dirceu passe a   cumprir em casa a pena a ele imposta.   Condenado a 7 anos e 11 meses de prisão, ele   cumpre a pena desde 15 de novembro do ano   passado no regime semiaberto, em que tem   permissão para sair durante o dia para trabalhar e   retornar à noite para a prisão.    29/10/2014 - Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO
DF – MENSALÃO/JOSÉ DIRCEU/PRISÃO DOMICILIAR – POLÍTICA – O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, condenado no processo do mensalão, é visto saindo do Centro de Progressão Penitenciária (CPP), em Brasília, rumo ao seu trabalho em um escritório de advocacia. O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou que Dirceu passe a cumprir em casa a pena a ele imposta. Condenado a 7 anos e 11 meses de prisão, ele cumpre a pena desde 15 de novembro do ano passado no regime semiaberto, em que tem permissão para sair durante o dia para trabalhar e retornar à noite para a prisão. 29/10/2014 – Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO
O ex-ministro José Dirceu, preso na Operação Lava Jato, pediu ao juiz Sérgio Moro que o coloque em liberdade. Nesta sexta-feira (21), Dirceu prestou um novo depoimento ao magistrado e negou as acusações de que tenha recebido propina por parte de fornecedores da Petrobras. Moro negou o pedido.
No depoimento, Dirceu alegou que precisava trabalhar para sustentar a família. “Eu tenho mais de 70 anos, tenho uma filha menor, eu preciso trabalhar. Porque a realidade, o senhor sabe disso, a realidade da minha família toda é de dificuldade financeira. Eu não estou dizendo isso para [o senhor] ter piedade de ninguém, porque a responsabilidade é minha pelo que aconteceu. Eu estou dizendo isso porque são fatos subjetivos, para não passar para opinião pública a ideia de que eu tenho renda, sou rico”, afirmou.
O ex-ministro também afirmou que não tem condições de atrapalhar as investigações da Lava Jato. “Não é crível que alguém acredite que eu vou fugir ou obstruir a Justiça, ou muito menos que eu vou ameaçar na situação em que estou”, disse.
Apesar do pedido, Moro disse que já se posicionou sobre a manutenção da prisão. “O senhor tem um advogado competente, que está pleiteando a liberdade para o senhor nas instâncias recursivas, mas o meu posicionamento eu já coloquei nesse caso”, respondeu o juiz.
Dirceu ainda negou que tenha recebido R$ 2,1 milhões em propinas, em um contrato para o fornecimento de tubos para a Petrobras. O contrato é do ano de 2009, quando Dirceu já não ocupava mais nenhum cargo público. “Considero a denúncia completamente inepta. Eu não sei porque que eu estou sendo relacionado com esse contrato”, disse.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o ex-ministro não recebeu toda a propina em dinheiro, mas em horas de voo em um avião particular, que pertence ao empresário Júlio Camargo. As horas de voo são equivalentes a R$ 1,4 milhão.
O próprio Júlio Camargo contou a história, no acordo de delação premiada que fechou com o MPF. Segundo o empresário, foram 113 viagens, entre novembro de 2010 e julho de 2011.
No entanto, Dirceu lembrou que Júlio Camargo usou as mesmas acusações para dizer que o ex-ministro recebeu propina. “No processo a que nós estamos respondendo aqui, seu Julio Camargo jamais me repassou recursos com relação à Apolo [Tubulars, empresa suspeita de fazer os pagamentos de propina]. O avião não tem relação. Eu quero destacar novamente que o avião já está pago, segundo ele, lá na Engevix, em que ele põe R$ 3 milhões mais R$ 1 milhão do avião. Agora, o avião aparece de novo”, pontuou.
Condenação
José Dirceu já foi condenado em outro processo da Operação Lava Jato. O juiz Sérgio Moro determinou que ele cumpra 20 anos de cadeia. Embora tenha recorrido, o ex-ministro segue preso preventivamente.
Duque fica calado
Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, que também é réu neste mesmo processo de José Dirceu, foi outro a prestar depoimento nesta sexta-feira. No entanto, ele preferiu se manter em silêncio e não respondeu às perguntas do juiz Sérgio Moro. “Meritíssimo, eu quero reiterar a minha disposição total de colaborar com a Justiça, mas, no momento, por orientação do meu advogado, eu vou permanecer calado”, afirmou.
G1

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