Lava Jato terá fortes emoções no fim do ano e novembro e dezembro serão decisivos para apurações
Gim Argello, ex-senador pelo PTB |
Gim
Argello condenado a 19 anos de prisão, Eduardo Cunha réu pelas mãos de
Sergio Moro, Lula réu pela terceira vez desde o início das investigações
e executivos da Odebrecht prestes a selar um acordo de delação
premiada.
A Lava Jato avança em direção ao epicentro do esquema,
apesar de tropeços no próprio ego e de deslizes autoritários.
Investigadores destacam, em conversas reservadas, que novembro e
dezembro serão decisivos para o futuro das apurações.
Não à toa.
Três peças — Gim Argello, Cunha e Odebrecht — podem ser fundamentais
para o xeque-mate que a operação quer dar no controle político do
petrolão (leia-se aí os principais partidos do país, incluindo a trinca
PT, PMDB e PSDB).
Inexpressivo e desimportante para quem vive fora
de Brasília, Gim talvez seja o símbolo máximo da corrupção rasteira que
impregna o poder. Já fez de tudo, do modelo “baixo clero” usando
entidades fantasmas para receber suas emendas parlamentares à prática
requintada de cobrar propina em troca de proteger empreiteiros da CPI da
Petrobras.
Gim é ex-senador e sabe demais. Passou anos com acesso
a gabinetes de ministros e senadores, entre eles o do presidente do
Senado, Renan Calheiros. É (era?) amigo do alagoano. Trancafiado numa
prisão, tem deixado os velhos parceiros em pânico com a possibilidade de
entregá-los.
Cunha ganhou um prazo para apresentar a Sergio Moro
sua defesa da acusação de que recebeu R$ 5 milhões de propina em conta
na Suíça. O deputado cassado diz que não delata porque não cometeu crime
algum. A esperar se manterá o discurso em caso de condenação e cadeia.
E
ao menos 50 executivos da Odebrecht devem assinar nos próximos dias o
tão negociado acordo de colaboração da empreiteira. Reportagem da Folha mostra que outros 30 funcionários do grupo estão na fila.
Será uma hecatombe política sem precedentes, segundo os envolvidos. Um final de ano de fortes emoções.
Uol
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