Após a fala de Dilma, em resposta Michel Temer nega fim de direitos sociais
O
palácio do Planalto publicou uma nota na noite de hoje (29) rebatendo
declarações da presidenta afastada Dilma Rousseff e do senador Paulo
Paim (PT-RS) de que o governo interino deverá retirar direitos sociais e
trabalhistas e aumentar a idade mínima para a aposentadoria, entre
outras decisões, caso a presidenta seja cassada. Na nota, o governo
interino nega que direitos sociais serão retirados após o desfecho do
processo de impeachment.
Durante o julgamento do processo hoje (29), Paim disse que o afastamento
de Dilma terá como consequência o "ataque" a direitos sociais e a
"revogação" da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Já a presidenta
afastada acusou o governo do presidente interino Michel Temer de adotar
um "programa ultraconservador" em relação aos direitos dos
trabalhadores.
"Não é verdade que se debata a estipulação de idade mínima de 70 ou 75
anos aos aposentados; não será extinto o auxílio-doença; não será
regulamentado o trabalho escravo; não há privatização do pré-sal e não
se cogita revogar a Consolidação das Leis do Trabalho [CLT]. Essas e
outras inverdades foram atribuídas de forma irresponsável e leviana ao
governo interino", diz trecho da nota.
"Todas as propostas do governo Michel Temer são para assegurar a geração
de emprego, garantir a viabilidade do sistema previdenciário e buscar o
equilíbrio das contas públicas. E todas elas respeitarão os direitos e
garantias constitucionais", informou o Planalto em nota da Secretaria de
Comunicação Social da Presidência da República.
Paulo Paim
A nota é uma resposta ao discurso do senador Paulo Paim, que disse que o
afastamento de Dilma terá como consequência o "ataque" a direitos
sociais, trabalhistas e a "revogação" da Consolidação das Leis
Trabalhistas (CLT).
"O que eles querem, afinal? O que eles querem é claro: está aí a Ponte
para o Futuro, do [governo] interino [do presidente Michel Temer],
atacando direitos sociais, trabalhistas, querendo revogar a CLT
[Consolidação das Leis do Trabalho] com o tal de negociado sobre o
legislado, terceirização da atividade-fim", discursou Paim no tempo
destinado a fazer perguntas à presidenta.
Com o afastamento definitivo de Dilma, o governo Temer, segundo Paim,
também irá "regulamentar o trabalho escravo, desvincular a receita da
saúde e educação, privatizar tudo, até o pré-sal. Acabaram com o
Ministério da Previdência. Querem que as pessoas se aposentem só depois
dos 70 ou 75 anos", disse Paim.
Dilma
Mais cedo, a presidenta afastada acusou o governo do presidente interino
Michel Temer de adotar um "programa ultraliberal" na economia e "um
programa ultraconservador, que tira direitos pessoais e coletivos e
adota uma pauta extremamente reacionária".
"Quem paga o pato, ou seja, quem fornece os recursos para que o país
saia da crise? Alguns acreditam que sejam apenas os trabalhadores, os
mais pobres, a classe média, os profissionais liberais, os pequenos
empresários. Isso não é possível", disse Dilma.
Terra.com.br
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