Ministro indiano cria polêmica ao pedir para turistas femininas ‘não usarem saias’
Mahesh
Sharma diz que turistas receberão nos aeroportos uma cartilha sobre o
que devem ou não fazer quando visitam o país. Entre as recomendações,
fotografar placas de táxis e evitar sair à noite no interior.
O
ministro de Cultura e Turismo da Índia, Mahesh Sharma, causou indignação
nesta segunda-feira (29) ao dizer que o governo está entregando
folhetos a turistas, com recomendações como não usar saias e evitar sair
sozinhos à noite em cidades pequenas.
Segundo o ministro,
turistas receberão nos aeroportos uma relação do que devem ou não fazer,
que incluem ainda a recomendação de fotografem a placa do táxi em que
andarem e mandarem a um amigo.
“Para sua própria segurança, as
turistas mulheres não deveriam usar vestidos curtos e saias. A cultura
indiana é diferente da ocidental”, afirmou, durante um evento na cidade
de Agra, no norte da Índia e onde fica o Taj Mahal.
Alvo de
críticas, o ministro indicou que sua intenção não era dizer aos
visitantes o que vestir, mas, informar que na Índia há diferentes credos
religiosos.
“Peço respeito por lugares de culto. Se for a certos
lugares de culto cubra a cabeça, em outros tire os sapatos, isso é o que
eu disse”, explicou.
O ministro, que pertence ao partido
nacionalista hindu Bharatiya Janata, já chegou a ser ridicularizado por
alguns de seus comentários em outras ocasiões. No ano passado, ele disse
que “não faz parte da cultura indiana” meninas saírem à noite, e que
iria defender o país da “intromissão da cultura ocidental”.
Apesar
da tentativa de retratação por parte do ministro, muitos indianos o
criticaram nas redes sociais. “Como você se diferencia de um talibã?
Eles também querem controlar o que as pessoas vestem, o que as pessoas
comem”, disse, por exemplo, um político de oposição.
As palavras
de Sharma foram contestadas também pelo prefeito de Délhi e líder
opositor, Arvind Kejriwal, que afirmou no Twitter: “As mulheres tinham
mais liberdade de vestir as roupas que escolhessem na época das
proibições (textos indianos sagrados supostamente escritos há mais de 3
mil anos) do que nos tempos de (Narendra) Modi”.
Sharma também
gerou debates no ano passado depois de dizer que o fato de um muçulmano
ter sido assassinado e seu filho espancado por supostamente terem carne
bovina em casa foi um “acidente” e que os agressores não tinham a
intenção de linchar ninguém.
Há alguns dias, a imprensa divulgou
um vídeo no qual membros de sua equipe de segurança batem em um guarda
por supostamente deter o veículo ministerial. Sharma lamentou os fatos,
assegurando que naquele momento ele não estava no carro.
G1
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