Prévia da inflação oficial, IPCA-15 sobe menos e fecha mês de agosto em 0,45%
A prévia
da inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor-15 (IPCA-15) desacelerou de julho para agosto, fechando a
taxa do mês com variação de 0,45%, resultado 0,9 ponto percentual
inferior aos 0,54% da prévia do mês de junho.
Os dados foram
divulgados hoje (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) e indicam que, com o resultado de agosto, o IPCA-15
fechou o acumulado do ano (janeiro-agosto) com elevação de 5,66%, bem
abaixo dos 7,36% registrados em igual período do ano anterior.
Já o
acumulado dos últimos 12 meses (a taxa anualizada) ficou em 8,95%,
resultado próximo dos 8,93% verificados nos 12 meses imediatamente
anteriores. Em agosto de 2015 a taxa havia sido 0,43%.
Mesmo
registrando desaceleração em relação à prévia de julho, os preços dos
alimentos continuaram sendo o principal responsável pela alta, com o
grupo Alimentação e Bebida respondendo por 0,2 ponto percentual da taxa
do mês, o equivalente a 0,44% do IPCA-15 do mês.
Números da pesquisa
Isoladamente,
o grupo dos alimentos registrou alta de 0,78%, resultado mais baixo do
que o do mês passado quando a variação foi de 1,45%: menos 0,67 ponto
percentual. Segundo o IBGE, os maiores resultados do grupo foram
verificados nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte (1,31%), Rio de
Janeiro (1,15%) e Fortaleza (1,10%), enquanto o mais baixo ficou com a
região metropolitana do Recife (0,32%).
Feijão
Parte
da retração dos preços dos alimentos pode ser atribuída à queda dos
preços do feijão. Principal vilão da inflação nos últimos meses, o
feijão-carioca, tipo mais consumido no país e que chegou a aumentar no
mês anterior 58,06%, desacelerou de forma acentuada, passando para 4,74%
no resultado de agosto, embora os preços tenham continuado a subir.
No
grupo, no entanto, alguns produtos chegaram a ficar bem mais baratos de
julho para agosto. Este é o caso, por exemplo, da cebola, que fechou a
prévia de agosto com forte desaceleração: de -22,81%; da batata-inglesa
(-18%); e de hortaliças (-9,01%), todos com deflação entre um período e
outro.
Grupos
Além dos alimentos, outros
três grupos de produtos e serviços apresentaram desaceleração na taxa de
crescimento em relação a: Vestuário (-0,13%), Habitação (-0,02%) e
Transportes (0,10%).
Nos demais grupos pesquisados, o IBGE
destacou a alta de 0,9% no grupo Educação, a maior variação entre um
período e outro, refletindo o resultado apurado na coleta de agosto, que
captou a realidade do segundo semestre do ano letivo. Os cursos
regulares tiveram variação de 0,97%, enquanto os cursos diversos
(informática, idioma, etc.) subiram 1,13%.
Regiões
Entre
as 11 regiões pesquisadas pelo IBGE, cinco apresentaram índices
superiores à média nacional de 0,45% e outras cinco fecharam com
resultados menores. Já a região metropolitana de Porto Alegre fechou com
mesmo 0,45% da média nacional.
A maior variação ocorreu na na
região metropolitana do Rio de Janeiro, onde a alta chegou a 0,88%,
pressionada pela elevação de 69,97% nas diárias dos hotéis, em
decorrência do maior fluxo turístico causado pela Olimpíada; mas também
pela alta de 1,15 % nos preços dos alimentos, que ficaram bem acima da
média nacional de 0,78%.
Com resultados acima da média nacional
aparecem, ainda, Salvador (0,75%), Belo Horizonte (0,6%), Fortaleza
(0,52%) e Goiânia (0,47%).
Já a menor alta foi verificada na
região metropolitana de Curitiba, onde o índice ficou praticamente
estável em 0,01%. Neste caso influenciado pela queda de 4,76% no item
energia elétrica, que refletiu a redução de 13,83% nas tarifas em vigor a
partir de 24 de junho.
Abaixo da média de 0,45% aparecem ainda Belém (0,39%), São Paulo e Brasília com 0,34% e Recife (0,15%).
Com
a mesma metodologia do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Ampliado
(IPCA), que reflete a inflação oficial do país, o IPCA-15 tem a mesma
metodologia de coleta, abrangendo o mesmo universo da famílias (com
renda de 1 a 40 salários), mas envolve menos regiões e tem período de
coleta compreendido entre a segunda metade do mês anterior e a primeira
do mês de referência.
Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário