Adolescentes brasileiros descobrem semente que transforma água suja em potável
Publicado por:
Amara Alcântara
Os estudantes concluíram que a semente
de moringa oleífera poderia ser usada para filtrar água contaminada com o
objetivo de remover as impurezas do líquido e deixá-lo potável. O
objetivo seria utilizar a planta como uma alternativa mais acessível
para recuperação de água poluída por produtos químicos, algo bastante
comum em diversos locais do Brasil.
“A ideia veio logo depois do desastre de
Mariana, em Minas Gerais. Queríamos fazer algo para ajudá-los e
começamos a pesquisar uma maneira barata de filtrar a água”, diz
Letícia, que concluiu seus estudos no colégio Ari de Sá, em Fortaleza
(CE), no ano passado.
A escola, aliás, foi importante para que
os dois alcançassem a honraria do Google. Ela liberou aos dois o uso
dos laboratórios de ciência do local para que eles pudessem realizar os
experimentos e as análises. Apesar da boa vontade da instituição de
ensino, Gabriel admite que a falta de um laboratório profissional com
equipamentos capazes de realizar a análise microbiológica dos materiais
foi o que mais dificultou o trabalho.
Intitulado “Semente Mágica –
Transformado água contaminada em água potável”, o projeto está em
constante desenvolvimento desde o começo do ano e só foi “finalizado”
para a competição do Google na noite anterior ao fim do prazo. “Faltavam
só duas horas”, revela Letícia.
Depois de seis meses de pesquisas e
desenvolvimento e com um prêmio importante nas mãos, que os garante na
competição final com os vencedores de outros continentes, em setembro,
na Califórnia, além de US$ 1.000, a vontade dos jovens cientistas é de
levar o projeto para frente.
Para isso, contudo, eles admitem que
precisam de apoio financeiro, principalmente por meio de patrocínios.
Até o momento, porém, nenhuma empresa se mostrou interessada na
tecnologia a ponto de investir nos jovens.
Enquanto isso não acontece, os dois vão
focando em seus estudos. A garota está de malas prontas para embarcar
para os Estados Unidos, onde irá estudar na prestigiada Universidade de
Stanford, uma das melhores do planeta. Gabriel, por sua vez, ainda
precisa concluir seus estudos do ensino médio e tem o objetivo de cursar
o Instituto de Tecnologia da Aeronáutica (ITA) ou também sair do
Brasil.
Questionados, ambos revelaram os motivos
que os fizeram cogitar a possibilidade de estudar fora do país. “O
apoio científico lá (no exterior) é maior, principalmente nos Estados
Unidos”, diz o estudante. Eles ainda consideram o fato de que o ambiente
acadêmico norte-americano propiciaria uma experiência única e os
colocaria mais próximos de nomes importantes da área científica.
Para Letícia, que recebeu o convite de
outras universidades dos Estados Unidos, o Brasil fica muito atrás das
grandes potências em termos de educação. “O ensino da ciência aqui ainda
é muito precário. Principalmente no setor público”, lamenta.
Fonte: OLHAR DIGITAL
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