Cleo Pires posa nua e revela sua atual fase de casos de amor: 'Gosto de sexo'
Solteira, Cleo Pires diz o que espera de próximo relacionamento: "Ser a rainha"
Ela se descobriu feminista aos 33 anos. No mês passado, ficou chocada
com os comentários machistas sobre a menina estuprada em um morro
carioca e decidiu defender os direitos das mulheres de vestir – ou não –
o que quiserem, agir como bem entenderem e frequentar quaisquer lugares
sem se sentir ameaçadas. A pedido de Marie Claire, Cleo tirou a própria
roupa para protestar pela liberdade feminina. Em um papo franco e
apimentado, a intérprete de Tamara, de Haja Coração, diz que está
solteira há cinco meses e feliz com a fase de encontros casuais porque,
simplesmente, adora sexo. A seguir, os melhores trechos da conversa.
No sábado 7 de maio, Cleo Pires dedicou nove horas de sua agenda
apertada de protagonista de novela para ser fotografada para a capa de
Marie Claire e dar uma longa entrevista. Tudo estava lindo e pronto para
a edição de julho. Mas chegou o dia 25 de maio e, com ele, uma
atrocidade acometida contra uma adolescente de 16 anos, no Rio de
Janeiro. Um vídeo com a menina, ainda desacordada, nua, sendo abusada
por vários homens foi postado no Twitter por seus algozes, gerando a
indignação de milhares de mulheres que foram às ruas protestar contra a
cultura do estupro. O episódio tocou Cleo Pires tão profundamente que a
fez se descobrir feminista. “Não conseguia parar de pensar naquilo,
queria protestar de alguma maneira, mostrar minha indignação”, disse. A
equipe de Marie Claire também. Por isso, decidimos procurar a a atriz
novamente e pedir que ela, uma fã incondicional do sexo consensual, nos
ajudasse a criar imagens fortes contra o sexo forçado. Cleo topou na
hora. Despiu-se de roupas de grifes internacionais e dos pudores de
muitas das atrizes de TV em uma das tardes mais frias do ano em São
Paulo para mostrar que, mesmo nua, quando uma mulher diz “não” para um
homem, é “não” e ponto. “Não tirei a minha roupa à toa. Quero fazer as
pessoas pensarem sobre o assunto e entenderem que cada mulher é dona do
próprio corpo e das próprias vontades”, afirmou durante o ensaio.
Liberdade é a palavra de ordem da atriz. Tanto que, aos 18 anos, ela a
tatuou, em francês, ao lado do seio esquerdo. “Tenho necessidade de ser
livre. Fico perturbada em saber que não posso sair de casa sozinha
depois de certa hora porque posso ser atacada, assediada, violentada”,
diz Cleo. A mãe, Glória Pires, endossa. “Na minha família, todo muito
respeita a liberadade e a individualidade. Nunca foi ‘anormal’ fazer
tatuagem, colocar piercing, descolorir cabelo”, afirma. “Cleo sempre foi
geniosa e questionadora. Aos 12, pichou o quarto e, anos depois, disse
que era só para testar a nossa reação. Mas na hora entendemos que ela só
queria se expressar”, lembra.
Vinte e um anos e 19 tatuagens depois, Cleo empresta sua irreverência
a Tamara, personagem da nova novela das 7, Haja Coração, de Daniel
Ortiz. Piloto de Fórmula Pick Up, a moça tem um espírito aventureiro
parecido com o da atriz. Solteira há cinco meses, desde o fim do
casamento de três anos com o ator Rômulo Neto, Cleo está à vontade com o
novo estado civil e cultiva casos de amor: “Gosto de sexo, mas não de
qualquer sexo. Gosto de ter uma conexão com a pessoa. Porque, se não
tiver isso, prefiro fazer sozinha”. O ator João Vicente de Castro, com
quem também foi casada por quatro anos, diz que a ex é uma das mulheres
mais livres que já conheceu. “Cleo é feminina, empoderada, se guia pela
certeza do agora e joga seu barco no mundo, sabendo que nada pode mudar
mais que a certeza da gente. É bonito vê-la navegar”, filosofa.
Filha de dois “pais” – do cantor Fábio Jr., o biológico, e de outro
cantor, Orlando Morais, o de criação –, a atriz mais sexy do Brasil
agora decidiu seguir o caminho deles e quer virar música. “Já pedi para a
Antonia [Morais, música], minha irmã, produzir as canções. Tenho várias
ideias de melodia, mas preciso da ajuda de alguém para tirá-las de
mim”, afirma. Cleo também vai se aventurar por outros universos: quer
expor textos e fotos pessoais em um site próprio [cheio de
personalidade], com estreia marcada para 29 de junho, e fazer crescer a
produtora de cinema Giraia, fundada por ela há um ano. “Mas a minha
maior vocação é ser filósofa: ficar bebendo e falando sobre a vida”,
brinca. Com vocês, um pouco da filosofia libertária da atriz...
FEMINISMO 3.3
"Eu era uma das que falava: ‘ai, que saco essa história de feminismo.
Não precisamos disso, já conseguimos tudo’. Só fui perceber que o
feminismo é essencial quando soube dessa atrocidade que aconteceu no Rio
[o estupro coletivo de uma menina de 16 anos]. Tenho uma irmã da mesma
idade. Fiquei revoltada, chorei e comecei a postar sobre isso nas redes
sociais. Quando li os comentários na internet, culpando a vítima,
percebi o quanto precisamos evoluir. Perguntavam que roupa ela usava.
Gente, não importa que roupa ela usava, não importa se ela fazia orgias,
não importa se ela estava bêbada, se usava drogas. Nada dá o direito
para alguém fazer com você uma coisa que você não queira”.
ASSÉDIO
"De certa forma, a fama serve como um mecanismo de defesa porque
funciona como um filtro. Claro que já recebi cantadas agressivas, já me
puxaram pelo braço, passaram a mão. Quando estou em um forró no fim do
mundo, com o cabelo preso, meio disfarçada, as pessoas não sabem que sou
atriz, mas sabem que eu sou mulher. É essa sensação de insegurança
constante que precisa mudar. Porque, mesmo quando a mulher é atacada,
ela é vista como a causadora, aquela que procurou, que seduziu.”
ALTA TENSÃO
"Estou me divertindo muito nas filmagens de Haja Coração. Adoro as
cenas com carros. Dia desses, fiz uma em que Tamara estava presa no
trânsito e cortava todo mundo pelo acostamento, acelerando. É a forma
com a qual ela lida com emoções. Tamara cresceu com pai opressor e mãe
reprimida, sem poder mostrar quem era de verdade. Ela tem transtorno de
personalidade e toma remédios psiquiátricos. Eu, por exemplo, já sofri
com depressão. Quando tinha 15 anos, surgiu um boato que destruiu a
minha vida, falando que eu tinha uma relação de homem e mulher com meu
pai Orlando [Morais, músico]. Ele é meu pai, cara. Como as pessoas
podiam falar uma coisa dessas? Foi um momento horrível, mas consegui ver
um lado bom: me espiritualizei, comecei a ler, olhar para dentro de
mim. Hoje em dia, isso não me afeta mais. Decidi que não vou dar o poder
da minha felicidade na mão de ninguém.”
AUTOESTIMA
"Preciso de exercícios para me sentir confiante, focada, então sempre
tento correr ou treinar boxe. Mas não tenho conseguido fazer com
frequência. Meu problema é gostar muito de comer. Olha só: a pessoa vai
fazer uma capa da Marie Claire às 11h da manhã e, na noite anterior,
come quatro pratos de estrogonofe com arroz e batata palha. Quatro! Como
faz? Minha bunda deu uma caída, a perna está gordinha. Estou com
celulite no braço! Mas lido bem com isso. Quando preciso, passo uma
semana no chá de hibisco, seguro o carboidrato, bebo menos. Mas não
quero abrir mão de comer. Prefiro o meio-termo: tenho minhas celulites
charmosinhas e está tudo beleza. Quando me ligaram perguntando o que
achava de tirar a roupa para a revista, topei na hora. Quero mostrar que
eu sou dona do meu próprio corpo e das minhas vontades e que ninguém
tem o direito de me tocar se eu não quiser.”
AMOR
“Adoro a convivência com o outro, mas sou bem individualista. Quero
um homem para quem eu seja a rainha. Que ele pegue tudo o que viveu até
hoje, tudo o que quer viver, junte com a minha existência e faça disso
uma terceira coisa. Só quero isso! [risos]. As pessoas têm preguiça de
alimentar a paixão. Então prefiro ficar solteira. Minha mãe é casada há
uns 30 anos, já vi a relação deles se transformando muito, é lindo. É
óbvio que não dá para se espelhar em ninguém e, exemplo por exemplo,
tenho também o do meu outro pai [Fábio Jr., que se casou seis vezes].
Casei com o João [Vicente de Castro] por quatro anos, e com o Rômulo,
por quase três. Embora as relações tenham terminado, penso que me saí
bem no quesito casamento. Agora acho que vou ficar solteira.
Relacionamento é bom, mas cansa.”
OS PAIS
"Sempre quis fazer tanta coisa diferente na vida profissional que
tinha dificuldade em me comprometer com uma só. Minha primeira paixão,
por exemplo, é a música e agora quero olhar mais para ela. Já pedi para a
Antonia, minha irmã, produzir as canções. Escrevi uma letra, “Areia
Firme”, aos 17 anos e meu pai Orlando musicou. Meu outro pai, Fábio, fez
uma música e gravamos juntos no último álbum dele. Agora quero algo só
meu.”
TESÃO
"Estou solteira, solteirinha, há cinco meses, mas tenho casos de
amor, porque gosto de sexo. Não de qualquer sexo, preciso ter uma
conexão com a pessoa. Por mais que você vá para uma one night stand, tem
que ter uma coisa de pele, de encaixe. Se não tiver isso, prefiro fazer
sozinha – o que, aliás, eu gosto também, embora prefira a troca. Minha
vida sexual e amorosa está ficando mais fácil com o passar dos anos. A
gente vai conhecendo o próprio corpo, os desejos, as emoções. Às vezes
eu estou a fim de uma pessoa, seduzo, levo para casa, mas, se o negócio
não evolui como eu imaginava ou se mudo de ideia, peço para ele ir
embora. O cara pode ficar puto, falar o que for, mas não vou servir de
extensão do ego dele. Mesmo se eu estiver completamente pelada, só
transo se eu quiser. Ninguém pode me forçar.”
Fonte: Marie Clare
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