segunda-feira, 18 de julho de 2016

A 'língua afiada' de César Menotti

Técnico campeão da Copa de 78 detona o Brasil: ‘Joga mal desde os anos 90′


Menotti, 77 anos / LA NACIÓN
‘Pai’ do futebol argentino moderno, César Luis Menotti, técnico campeão da Copa de 1978, destroçou o Brasil: “Joga muito mal, mas muito mal mesmo, desde os anos 90. Mas antes surgiam craques. Ronaldinho, Romário, Ronaldo, Bebeto, Rivaldo…”.
“Como agora não aparecem esses jogadores, começam a jogar com estratégia e medo. Quando se enchem de obrigações pela história que têm, não jogam nada.”
Amigo de Pelé e Telê Santana, El Flaco Menotti foi atacante de Santos (1968 e 1969) e Juventus-SP (1970), seus dois últimos times como jogador. Parou aos 32.
Como técnico, enfrentou o Brasil nas Copas de 1978 (0x0) e 1982 (perdeu por 3×1). Os brasileiros lembram daquele clássico no Mundial da Espanha como um baile.
Os argentinos atribuem a derrota no Estádio de Sarriá à arbitragem – que ignorou um pênalti escandaloso em Maradona no segundo tempo quando ia 1×0 Brasil.
Menotti colocou Messi acima dos últimos grandes jogadores brasileiros: “Ronaldinho, Romário, Bebeto e Zico duravam três, quatro anos. Messi já leva seis”.
“Já a Argentina, sem ele, pode nem ir à próxima Copa”, disse ao jornal “La Nación”.
“A Copa América do Brasil foi tétrica, incrível. Como foi a Inglaterra, que perdeu para a Islândia, nem sabia que existiam 330 mil habitantes. Como vão perder?”, brincou.
Menotti, 77 anos / LA NACIÓN
Menotti discorda da ida de estrelas aos Jogos Olímpicos do Rio: “Neymar é um consagrado. Para que vai jogar uma Olimpíada? É um disparate”.
“Nem na Copa América e nem na Eurocopa vi jogadores que entusiasmassem. Na Copa América, gostei do Equador. Tinha ideias. Da Eurocopa não me entusiasmou nada. Os franceses jogaram brincando. Os belgas são como os argentinos.”
“Um belga te ajuda. Dois te salvam. Três, já deu. Juntam 11 jogadores bárbaros, mas não vão a lado algum. E esses portugueses ganharam peidando [com sorte].”
Dos trechos mais engraçados da conversa, a análise da criação da Superliga, forma como os clubes grandes chamam o novo modelo do Campeonato Argentino: “Superliga! Pensei que viessem o Real, o Barcelona, o Bayern, mas de que Superliga me falam se vão jogar os mesmos times de quando eu tinha 18 anos!? Qual é a Superliga? Ao contrário! A decadência social das instituições é espantosa”.
Aos 77 anos, confessou que fica incomodado ao ouvir Maradona, Passarella e Gallego – atletas seus – falando de futebol: “Não têm poder [intelectual] algum”.
E ironizou o excesso de jogos na TV argentina: “As milanesas são lindas? Sim, são, são deliciosas, mas uma ou duas, comer dez [bifes] vai te explodir o fígado”.
UOL

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