Em delação, Pedro Corrêa diz que Lula articulou esquema de corrupção na Petrobrás
O
ex-deputado Pedro Corrêa (PP/PE), condenado no Mensalão e na Lava Jato,
afirmou em delação premiada na Procuradoria-Geral da República que o
ex-presidente Lula articulou esquema de corrupção na Petrobrás. Lula
teria imposto rigorosamente a nomeação do engenheiro Paulo Roberto Costa
para a Diretoria de Abastecimento da estatal petrolífera, em 2004. As
informações foram divulgadas pela revista Veja em sua edição deste fim
de semana.
A delação de Pedro Corrêa ainda não
foi homologada pelo ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava
Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo a reportagem, o relato do
ex-deputado, preso em 2015 por ordem do juiz federal Sérgio Moro,
preenche 72 anexos que somam 132 páginas e implicam ao menos 18
políticos, entre deputados, senadores, ministro do TCU, ex-ministros e
ex-presidentes.
Corrêa admite que recebeu propina de
quase vinte órgãos do governo ao longo de sua vida política, tendo
começado a captar dinheiro ilícito ainda na década de 1970, em contratos
do extinto Inamps.
Ele relata casos envolvendo outros delatores, como o ex-senador Delcídio Amaral.
Apontou o ex-presidente Lula
Apontou o ex-presidente Lula
Segundo, ele o então presidente da Petrobrás, José Eduardo Dutra, teria
dito a Lula que não era da tradição da estatal preencher cargos por
indicação política. Mas Lula, afirmou o delator, ordenou a nomeação de
Paulo Roberto Costa para a Abastecimento – primeiro bolsão de propinas
instalado na Petrobrás, segundo a Lava Jato.
Pedro Corrêa citou, ainda, o
presidente afastado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB/RJ), o presidente do
PSDB Aécio Neves, o ministro do TCU que reprovou as contas de Dilma
Rousseff Augusto Nardes e até o ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf
(PP).
Em um dos depoimentos, de acordo com
Veja, parlamentares do PP foram reclamar com Lula sobre o avanço do
PMDB nas propinas que eram pagas à diretoria de Abastecimento, cota do
PP no esquema de corrupção na Petrobrás. Na ocasião, o petista teria
dito aos deputados do PP que eles estavam “com as burras cheias de
dinheiro” e que também tinha que “atender os outros aliados”.
Já em relação à Dilma, Pedro Corrêa
teria afirmado que ela se reuniu com o ex-diretor da Petrobrás Paulo
Roberto Costa em 2010 e teria pedido “apoio financeiro”.
O ministro Augusto Nardes, do
Tribunal de Contas da União, segundo o delator, teria recebido dinheiro
do Mensalão quando ainda exercia mandato de deputado pelo PP. Nardes foi
o relator das contas de Dilma no Tribunal de Contas e o primeiro a
votar pela rejeição delas pelas chamadas pedaladas fiscais que,
posteriormente, foram utilizadas como justificativa para o processo de
impeachment aberto no Congresso.
O presidente do PSDB Aécio Neves foi
citado, mais uma vez, como suposto destinatário de propina em uma obra
da estatal de energia Furnas. À revista, o tucano alegou que o assunto
já foi arquivado pela Procuradoria-Geral da República e classifica a
citação como “absurda, mentirosa, irresponsável e cretina”.
Paulo Maluf, que já tem dois
mandados internacionais de prisão, aparece pela primeira vez citado na
Lava Jato como destinatário de R$ 20 milhões do esquema de corrupção na
Petrobrás para, supostamente, atrapalhar as eleições para a prefeitura
de São Paulo em 2004.
COM A PALAVRA, O INSTITUTO LULA
“Pedro Corrêa foi condenado pelo juiz Sergio Moro a mais de 20 anos de
cadeia por ter praticado 72 crimes de corrupção e 328 operações de
lavagem de dinheiro. Foi para não cumprir essa pena na cadeia que ele
aceitou negociar com o Ministério Público Federal uma narrativa falsa
envolvendo o ex-presidente Lula, inventando até mesmo diálogos que
teriam ocorrido há 12 anos.
É repugnante que policiais e
promotores transcrevam essa farsa em documento oficial, num formato
claramente direcionado a enxovalhar a honra do ex-presidente Lula e de
um dos mais respeitáveis políticos brasileiros, o falecido senador José
Eduardo Dutra, que não pode se defender dessa calúnia.
O Estado de Direito não comporta esse tipo de manipulação, insidiosa e
covarde, nem por parte dos agentes públicos nem dos meios de comunicação
que dela se aproveitam numa campanha de ódio e difamação contra o
ex-presidente Lula.
A utilização desse recurso nojento é mais uma evidência de que, após dois anos de investigação, a Lava Jato não encontrou nenhuma prova ou sequer indício de participação de Lula nos desvios da Petrobras, porque o ex-presidente sempre agiu dentro da lei. E por isso apelam a delações mentirosas.”
A utilização desse recurso nojento é mais uma evidência de que, após dois anos de investigação, a Lava Jato não encontrou nenhuma prova ou sequer indício de participação de Lula nos desvios da Petrobras, porque o ex-presidente sempre agiu dentro da lei. E por isso apelam a delações mentirosas.”
Fonte/O Estadão
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