segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Operação Zelotes

Intimação de filho de Lula foi dentro da lei, diz Ministério da Justiça

luis claudio filhoO Ministério da Justiça concluiu que não houve irregularidade na intimação de Luis Cláudio Lula da Silva, filho caçula do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para prestar depoimento em inquérito da Operação Zelotes.
Sob investigação da Polícia Federal, o empresário recebeu o documento às 23h, fora do horário de expediente, em sua residência em São Paulo. O horário em que foi feita a notificação gerou protesto do ex-presidente petista, que realizou no mesmo dia festa para comemorar seu aniversário de 70 anos.
A avaliação do Ministério da Justiça, que na época pediu esclarecimentos à Polícia Federal, é de que não houve excessos na intimação, uma vez que frequentemente elas são feitas à noite, finais de semanas ou feriados quando o prazo está próximo do fim.
Em outubro, fontes da Polícia Federal afirmaram à Folha que não havia qualquer impedimento legal para a entrega de intimações à noite, embora tenham reconhecido que o mais comum é ocorrerem em horário comercial.
Para evitar questionamentos semelhantes, o governo federal pretende pedir regulamentação sobre o tema para disciplinar a questão. O ministro José Eduardo Cardozo ainda não definiu, porém, como ela será feita e pretende pedir sugestões à Polícia Federal.
A intimação foi entregue ao empresário horas depois de ele retornar da festa do pai. Na época, o petista disse a assessores e aliados que estava “indignado”com a intimação e avaliou que “não foi coincidência” ela ter sido realizada no dia de seu aniversário.
Em reunião do diretório nacional do PT, dois dias depois do ocorrido, o presidente nacional da sigla, Rui Falcão, chegou a classificá-lo como “mais uma arbitrariedade” cometida pela Polícia Federal e classificou como “ilegal” intimar alguém às 23h.
O episódio fortaleceu à época a defesa dentro da legenda pela troca de Cardozo do comando do Ministério da Justiça. Sob pressão do partido, a presidente Dilma Rousseff decidiu, contudo, mantê-lo no cargo, já que considera o ministro um de seus auxiliares em que mais confia.
SUSPEITA
O filho de Lula passou a ser investigado após a quebra do sigilo bancário da microempresa Marcondes & Mautoni, do lobista Mauro Marcondes Machado, que foi preso pela Polícia Federal sob a suspeita de integrar esquema de compra de medidas provisórias.
Os registros mostram que a firma do lobista contratou em 2014 a LFT Marketing Esportivo, empresa de Luis Cláudio, por R$ 2,5 milhões.
O relatório final da Polícia Federal no inquérito da Operação Zelotes, no entanto, concluiu que o serviço prestado baseou-se em “meras reproduções de conteúdo disponível” na internet, “em especial no site Wikipédia”.

Folha

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