PGR investiga compra de quadros por Collor para lavagem de dinheiro
O pedido da ação foi feito pelo
procurador-geral Rodrigo Janot em dezembro, depois que uma denúncia
anônima apontou um leiloeiro e galerias de arte com os quais Collor
compraria obras com dinheiro em espécie.
Por: Blog do Gordinho
A
Procuradoria-Geral da República (PGR) suspeita que o senador Fernando
Collor (PTB-AL) comprou obras de arte milionárias para lavagem de
dinheiro. Segundo a edição desta quinta-feira do jornal Folha de S. Paulo,
investigadores encontraram notas fiscais que comprovam vendas de ao
menos 1,5 milhão de reais em quadros ao ex-presidente da República
(1990-1992).
Os comprovantes foram obtidos durante uma operação de busca e
apreensão, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em endereços
de um restaurador que teria intermediado a venda de quadros para Collor.
O pedido da ação foi feito pelo procurador-geral Rodrigo Janot em
dezembro, depois que uma denúncia anônima apontou um leiloeiro e
galerias de arte com os quais Collor compraria obras com dinheiro em
espécie. O ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, deferiu
a solicitação e a ação foi realizada em 15 de dezembro.
De acordo com os investigadores, o restaurador Roberto Kazuto
Mitsuuchi representava Collor nos leilões de obras de arte e mantinha
“contato direto” com o senador para dar os lances. Outro indício que
liga o congressista a Mitsuuchi é uma notícia de que o restaurador foi
chamado por Collor para restaurar uma igreja no interior de Alagoas.
“Diligências prévias indicam o possível envolvimento do nominado
[Roberto Mitsuuchi] em crime de lavagem de dinheiro supostamente
praticado pelo senador Fernando Collor por meio de aquisição de
antiguidades e obras de arte”, escreveu o ministro Teori na decisão que
autorizou as buscas, conforme mostrou a Folha.
Na operação de busca e apreensão realizada em julho do ano passado na
Casa da Dinda, onde reside o senador, foram encontradas obras de arte,
entre elas um quadro do pintor modernista Di Cavalcanti. A descrição,
para a PGR, é compatível com informações fornecidas na denúncia anônima,
segundo a qual um quadro do pintor teria sido adquirido por 2 milhões
de reais.
O ministro Teori Zavascki também autorizou a quebra de sigilo de um
e-mail usado por Collor referente ao período de janeiro de 2010 a abril
de 2014. Para os investigadores, há elementos que indicam que o endereço
eletrônico era utilizado pelo congressista para tratar questões
relativas a desvios em uma estatal.
Fernando Collor já foi denunciado pela PGR ao Supremo pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito do petrolão.
Veja
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