STF autoriza quebra dos sigilos bancário e fiscal de Eduardo Cunha
O
STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou a quebra dos sigilos bancário e
fiscal do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de sua mulher,
Cláudia Cruz, de sua filha, Danielle Dytz da Cunha, além de pelo menos
três empresas ligadas à família.
A decisão foi do ministro Teori
Zavascki, relator da Lava Jato no STF, e atendeu a um pedido da
Procuradoria-Geral da República. O período de análise será de 2005 a
2014.
O deputado, a mulher e a filha são investigados no Supremo
por suspeita de terem mantido contas secretas no exterior que teriam
sido abastecidas com recursos desviados de negócios da Petrobras na
África.
Parte dos dados fiscais já foram enviados pela Receita
Federal aos procuradores que atuam na Lava Jato e embasaram o pedido de
busca e apreensão na residência oficial da Câmara e endereços
relacionados ao peemedebista, realizada em dezembro com autorização do
Supremo.
A Folha revelou nesta quinta (7) que a Receita
identificou indícios de aumeto patrimonial incompatível com os
rendimentos da família de Cunha que totalizam R$1,8 milhão entre 2011 e
2014. O deputado nega.
Com a quebra, os investigadores querem
obter detalhes da movimentação financeira do presidente da Câmara e do
possível uso irregular de suas empresas na área de comunicação, além de
avaliar a relação do deputado com pessoas próximas, como o corretor de
valores Lúcio Funaro.
Entre os alvos da quebra estão as empresas
Jesus.com, C3 Produções e Rádio Satélite. Investigadores suspeitam que
contas mantidas em um banco suíço teriam repassado valores para uma das
empresas.
A Procuradoria aponta ainda que, direta ou
indiretamente, Funaro pagou veículos no valor de pelo menos R$ 180 mil
em favor de empresa de Eduardo Cunha.
Na busca realizada na casa
de Cunha no Rio, segundo a Procuradoria, foram encontrados diversos
documentos de origem bancário-financeira (recibo, contrato de mútuo e
contrato de fomento mercantil) relacionados ao corretor de valores, além
de recibo no valor de R$ 720 mil relacionado a uma empresa de Funaro.
OUTRO LADO
Procurado
pela Folha, Cunha minimizou a quebra do sigilo pelo STF, afirmando que a
decisão era antiga e mostra que o procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, “atua politicamente, escolhendo a quem investigar”.
O
presidente da Câmara disse “que o PGR alega como um dos motivos do
pedido do meu afastamento [do comando da Casa e do mandato] um deputado
ter pedido quebra de sigilo de parentes do doleiro Alberto Youssef,
família de um réu confesso reincidente, e pede a quebra da minha
família”.
Folha
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