Banco dos EUA coloca Brasil entre os 3 países mais frágeis para 2016

O Brasil está mal em todos os
indicadores no ranking elaborado pelo BoFA, com exceção das reservas
internacionais, destacam os estrategistas do banco que assinam o
relatório, David Hauner e Vadim Khramov. A Turquia permanece como o país
de maior vulnerabilidade externa, enquanto o crescimento econômico e as
contas fiscais estão um pouco mais favoráveis. Na África do Sul, os
indicadores macroeconômicos também são fracos, mas o setor financeiro
tem mostrado força, segundo o banco norte-americano.
Entre os 56
emergentes acompanhados pela equipe do BoFA, o Brasil ocupa o último
lugar no crescimento do PIB em 2016; na relação dívida/PIB, está em
46.º; na inflação, em 44.º, e no déficit nominal/PIB, em 48.º. Um dos
indicadores em que o país tem a melhor classificação é nas reservas
internacionais, em 21.º. Além do Brasil, a Grécia deve ser o único
mercado, entre os 56, a ter queda do PIB em 2016, de 1,3%.
A
Rússia, que teve forte recessão no ano passado, assim como o Brasil,
deve ter um 2016 com a situação um pouco melhor, enquanto o BoFA projeta
a economia brasileira pode piorar ainda mais. A projeção do banco é de
retração de 3,5% para o Brasil e de expansão zero para a Rússia. Entre
os “três frágeis”, a Turquia deve crescer 3,5% este ano e a África do
Sul, 0,4%.
Ainda
sobre o Brasil, o BoFA projeta que a relação dívida bruta/PIB deve
chegar a 72,5% este ano, um dos níveis mais altos entre os maiores
emergentes. O mesmo indicador da Rússia deve ficar em 13,9%, da Turquia,
em 35,9%, e da África do Sul, em 49,8%.
A Índia deve ser o
emergente que mais vai crescer em 2016, com expansão prevista de 7,4%.
Já o PIB da China deve ter avanço de 6,6%. No relatório, os economistas
do BoFA ressaltam que, além da discussão da desaceleração do crescimento
do país asiático, o setor privado também é fonte de preocupação, na
medida em que as empresas chinesas se endividaram muito nos últimos
anos.
Brasil, Turquia e África do Sul são os países que sobraram
do grupo chamado de “cinco frágeis”, expressão que começou a ser usada
pelo mercado financeiro internacional em meados de 2013, quando o
Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) sinalizou pela
primeira vez que iria normalizar a política monetária dos Estados
Unidos, causando grande estresse no mercado financeiro mundial. Na
época, a lista incluía ainda Rússia e Indonésia e apontava os países
mais vulneráveis às mudanças do cenário.
R7
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