Renan: líderes e Mesa decidirão prazo para manifestação sobre prisão de Delcídio
O presidente do Senado, Renan Calheiros,
afirmou que o Senado “foi pego de surpresa” com a prisão do senador
Delcídio do Amaral (PT-MS) na manhã desta quarta-feira (25).
Cercado pela imprensa ao chegar ao seu
gabinete, Renan informou que foi avisado da prisão pelo procurador-geral
da República, Rodrigo Janot, e agora aguarda as informações do Supremo
Tribunal Federal (STF).
— A prisão nos pegou de surpresa porque
não havia sequer investigação formal contra o senador, mas ainda não
temos todas as informações. Vamos aguardar e ver com a Mesa e os lideres
o que fazer — afirmou.
Segundo a Constituição, o Supremo tem 24
horas para enviar ao Senado os autos para que os parlamentares decidam
sobre a prisão. Mas o presidente Renan Calheiros afirmou que a Corte
deve enviar em até 12 horas.
O presidente lembrou que a Constituição
não estabelece prazo para que o Senado decida sobre a manutenção ou não
do encarceramento do parlamentar:
— O prazo para se resolver sobre a
prisão não existe, por isso vou consultar os lideres para ver qual o
tempo razoável para deliberarmos — disse Renan, sem detalhar o que
entende por “tempo razoável”.
Sobre a votação, Renan Calheiros preferiu não se manifestar.
— Precisamos conhecer as informações e a
caracterização da prisão. Se houve flagrante, o que ensejou a prisão,
se as provas são legais. Essa decisão será tomada pela maioria do Senado
— resumiu.
Em relação à gravação que motivou a ação policial e a decisão do Supremo, o presidente disse que não conhece os detalhes:
— Se há uma coisa que precisa ser
preservada na circunstância atual do Brasil é a separação dos Poderes.
Eu não vejo nenhuma chance de haver influência de um Poder sobre outro.
Da mesma forma, vejo a necessidade de se respeitar a Constituição no que
se refere às garantias individuais — concluiu.
Negociação
O senador Delcídio do Amaral foi preso,
acusado de negociar com o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras
Nestor Cerveró para que ele não aceitasse acordo de delação premiada com
o Ministério Público.
O pedido de prisão foi aceito pelo STF,
que realizou uma sessão extraordinária nesta manhã, quando o relator da
Operação Lava-Jato, Teori Zavascki, explicou aos ministros da 2ª Turma
da Suprema Corte os motivos de ter autorizado a prisão.
Agência Senado
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