Paraibana nota mil na redação do Enem dá dicas para a prova
Enem analisa cinco competências dos candidatos na redação.
Título não é obrigatório, mas é considerado necessário.

“Eu sei que é algo bem difícil, mas, antes de mais nada, tentar
manter a calma e pensar: ‘eu consigo fazer isso’”. Essa é uma das dicas
que a paraibana Laisa Amaral, de 19 anos, dá aos candidatos que vão
fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) este ano. Ela prestou o
exame em 2013 e está entre os estudantes que conseguiram a nota máxima
na redação, 1.000. Com uma média geral de 763 pontos, ela passou em 4º
lugar para o curso de direito da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
“Foi o que fiz assim que peguei na folha que tinha o tema da redação.
Fazer redação para o Enem é questão de desenvolver tópicos que se
defende. Então, após ler os textos motivadores, eu recomendaria que se
rabisque - no próprio caderno de questões mesmo - os pontos que se quer
sustentar e suas respectivas motivações. Depois disso, é deixar o
pensamento fluir”, explicou Laisa.
A universitária enfatiza que o segredo para tudo dar certo é manter a
calma. “Ou pelo menos tentar mantê-la em parte e acreditar na própria
capacidade de se superar”, complementou. Laisa passou no Sistema de
Seleção Unificada (SiSU) para o curso que queria logo que terminou o 3º
ano do ensino médio.
Título da redação
Apesar de não ser obrigatório, Laisa acredita que o título da redação
é muito importante para conseguir uma boa nota. “Ele é a primeira
impressão que se tem quando vamos ler um texto. Então, quanto mais
criativo e rico o conteúdo do título, melhor será a primeira impressão
que a banca de correção terá do texto”, disse.
A professora Sílvia Abrahão compartilha da mesma opinião de Laisa.
“Na minha opinião, uma redação sem título já tem uma deficiência. Essa
não obrigatoriedade está levando os candidatos a acreditarem que ele não
seja importante, mas ele deveria ser entendido como uma possibilidade
sedução do leitor. Um belo título já dá vontade de ler o texto”,
pontuou.
“Uma redação fica muito feia sem título, principalmente uma
dissertação. O título é um ícone de elegância, é o exato instante que
mostra ao leitor o vai surgir. Apesar de não ser obrigatório, deve
existir”, complementou a professora.
Laisa conta que começou a prova do segundo dia do Enem logo pela
redação porque acredita que o candidato fica esgotado e sem paciência
para escrever nas últimas horas. “Fazendo a redação primeiro, o
candidato, ainda cheio de energia, pode ter mais concentração e abusar
mais da criatividade”, comentou. Ela indica que seja dedicada uma hora
para o texto. Nesse tempo, o candidato pode elaborar, revisar e passar a
redação a limpo.
“Se ultrapassar esse tempo, vai para a prova de português e tenta
responder em uma hora e meia, no máximo, para, depois, dedicar o
restante do tempo a matemática. Faltando uma hora para o término da
prova, é o tempo de voltar para a redação, concluí-la e preencher o
gabarito”, aconselhou a estudante. “Outra coisa que eu recomendaria é
reler o rascunho calmamente e analisar sempre muito bem a coerência do
que se escreveu e a repetição de palavras, para, depois, passar a
limpo”.
Para a professora Sílvia, não existem regras nesse sentido porque
cada um tem seu próprio ritmo. “Porém todos devem evitar deixar para
escrever no final. É perigosíssimo fazer isso porque essa é uma prova
importante que deve ser feita com calma. Deixar para o final é já estar
com a mente cansada”, explicou.
A orientação dela é fazer a redação logo no início. Depois que
terminar o rascunho, o candidato pode passar para as outras provas e só
no fim voltar para passar a redação a limpo. “Quando a gente tem uma
distância do próprio texto, a gente adquire uma frieza. Fazendo a prova
de matemática, você usa o outro lado do cérebro, se distancia do lado
humanístico, e quando volta já está com a mente mais fria, está mais
atento para erros que não veria se estivesse imediatamente passado a
limpo”, informou.
Cinco competências
A prova do Enem observa cinco competências do candidato na redação:
demonstrar domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa;
compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas
de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais
do texto dissertativo-argumentativo em prosa; selecionar, relacionar,
organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em
defesa de um ponto de vista; demonstrar conhecimento dos mecanismos
linguísticos necessários para a construção da argumentação; e elaborar
proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os
direitos humanos.
A professora Sílvia Abrahão explicou que o candidato que compreende
essas cinco competências e que sabe como a prova é corrigida já sai na
frente dos concorrentes. “O exame exige que qualquer tema seja
problematizado. Ao final, o candidato terá que trazer soluções cabíveis,
realizáveis. A preocupação é essa: problematizar, pensar em boas
soluções que sejam praticáveis, que não podem ser vagas e utópicas,
senão a nota certamente vai baixar”, alertou.
Outros pontos aos quais os candidatos devem ficar atentos são o tema
da prova e o respeito à norma culta do português. “Deve-se ter muita
atenção a desvios da língua, de ortografia, acentuação, concordância,
uso da crase e erros gramaticais no geral. Isso prejudica a fluência do
texto e baixa a nota”, lembrou.
Vale do Piancó Notícias com G1
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